O senador Roberto Requião (PMDB) disse ao repórter André Gonçalves, da Gazeta do Povo, que vai olhar com lupa os pedidos de empréstimos internacionais do governo de Beto Richa, a quem classificou de superficial, pois quer transparência na aplicação dos recursos. Perfeito. Requião deve ter vibrado com a lambança da degola de Airton Maron, ex-superintendente dos portos, acusado de negociar cargos em comissão e fazer caixa 2 para a eleição de um primeiro, tucano, para a prefeitura de Paranaguá. Maron caiu uma semana antes de o Ministério Público e a Polícia Federal entrarem no cais para levar computadores e documentação para embasar a denúncia que deve ir à Justiça e se transformar no primeiro caso grave a manchar a administração do governo atual, pois era homem de confiança e foi colocado num lugar transformado em areia movediça e lodosa exatamente por Eduardo Requião, irmão do senador. Dudu só não caiu por causa do irmão. E ele só entrou lá porque houve um pedido implorado dos outros irmãos  da família ao então governador, que estava sem falar com Eduardo havia um bom tempo. Roberto Requião tem toda razão em pedir transparência ao governo atual, mas ele não deve esquecer que ali mesmo no porto, seu irmão queria enxotar aos gritos os técnicos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) que foram ao porto de Paranaguá fazer a primeira fiscalização, pois, para quem não sabe, o porto é federal e o governo do estado o opera por um concessão. Dudu achava que ninguém deveria meter o bedelho no pedaço. Até o fim tratou aquela administração como se fosse um negócio particular. Maron, pelo jeito, queria fazer o mesmo. Mas não tinha a costa quente do outro que viu atuar, por ser funcionário de carreira.