9:02Palácio Iguaçu

por Jair Elias dos Santos Júnior*

Palácio Iguaçu, patrimônio dos paranaenses

O Palácio Iguaçu reabre hoje, reformado e pronto para voltar a ser sede do governo do Estado. Fechado desde 2007, o Palácio Iguaçu passou por profundas reformas. A primeira desde a sua inauguração,  em 19 de dezembro de 1954. O Palácio Iguaçu não é somente um ícone político. Ele também simboliza a capacidade criativa e empreendedora dos paranaenses, um marco da nova arquitetura e o sonho ousado de Bento Munhoz da Rocha Netto, a maior personalidade paranaense da história, eleita em enquete realizada pelo jornal Gazeta do Povo. Da sua inauguração até a sua reabertura, vários governantes deram sua contribuição para a história do prédio. A cada mandato, novos acréscimos: novas pinturas, obras de artes e decorações. Vale destacar que o Palácio Iguaçu foi o primeiro prédio público no Brasil a ser decorado com motivos nacionais. Contratado por Munhoz da Rocha, Júlio Sena, um dos principais decoradores do Brasil, provou que uma decoração com tema e linguagem brasileira pode ser elegante e sofisticada.

Ao longo de quase seis décadas de história, o Palácio Iguaçu foi palco de defesa da democracia ameaçada, de dramas íntimos, de decisões que afetaram vidas de milhões de paranaenses, de momentos de triunfo, de apreensão, temores e de glórias. De seus gabinetes, dezenas de homens públicos, de variadas agremiações partidárias, eleitos pela vontade popular ou indiretamente durante o Regime Militar, lideraram a modernização e a consolidação do Paraná como “síntese do Brasil”, como defendia Munhoz da Rocha.

Mas Bento Munhoz não sonhou sozinho o Palácio Iguaçu. Seu sonho teve a participação de Flora Camargo Munhoz da Rocha, sua esposa e companheira fiel, que teve a tarefa de escolher desde o mobiliário até as louças, talheres, cristais, toalhas e a reprodução da galeria dos governadores. Dona Flora cuidou dos grandes e dos pequenos detalhes para a sua histórica inauguração, que teve a participação do presidente João Café Filho.

Com a reforma, e consequente volta do Palácio Iguaçu como centro do poder, cabe a este governo uma nova tarefa: abrir suas portas para o povo do Paraná. A população merece conhecer as centenas de gravuras, acessórios, espelhos, quadros, móveis e outros que compõem seu acervo artístico e histórico. Um verdadeiro Museu. Os visitantes devem ter acesso não somente aos salões e suas obras de arte, como também ao gigante mapa de concreto do Paraná que está no jardim interno, que no passado era visitado por crianças e escolares.

O Palácio Iguaçu, a exemplo do Palácio do Planalto e da Alvorada, em Brasília, deve ser objeto de visita ao público. Com isso, ganharia o povo do Paraná, que poderá visitar o seu principal prédio público e
passará a ter uma nova referência de espaço cultural e de difusão da cultura local.

* O autor é historiador. Autor do livro “Palácio Iguaçu: coragem de realizar de Bento Munhoz da Rocha Netto.

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3 ideias sobre “Palácio Iguaçu

  1. Maria Eduarda

    Zé, de que horas a que horas vai ser a visita no palácio iguaçu? É só hoje? Abraços

  2. zebeto

    A assessoria de imprensa informa que é durante o horário do expediente e até o dia 16 de fevereiro. Obrigado. Abraço. Saúde.

  3. Silvia

    Parabéns ao governo por permitir visitas. Lembro-me que quando cursava o primário (meados de 1983 e 84) a minha escola agendou uma visita ao palácio. Ficamos todos euforicos, só em imaginar que logo ali, no andar de cima estava o governador. Visitar as dependências do palácio foi sem dúvida inesquecível para nós, alunos de escola pública. A imagem do mapa do PR impresso no concreto também foi algo que nos chamou a atenção, assim como a escadaria e os pompozos lustres. Uma senhorinha muito elegante e simpática acompanhava o grupo e explicava o significado de cada detalhe ali impresso nos grandes paredões de marmóre branco.

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