8:09Acervo e história

Sobre o fotógrafo Haraton Maravalhas, que partiu na semana passada, as seguintes mensagens foram enviadas por sua filha Vivian Lis Maravalhas e por Telma Serur, respectivamente:

– O acervo de Haraton Cesar Maravalhas está comigo. Estou procurando um destino para sua obra, em local adequado para que todos possam compartilhar o Talento de meu Pai. Quem souber de um bom destino para seu acervo entre em contato. Gostaria que o público tivesse acesso aos seus trabalhos.

– O Lafayette, companheirão do Hara, agora está comigo. Foi poupado desse final dramático, não viu seu amigão partir da forma trágica como tudo aconteceu. Pessoa introspectiva, chamado de “tristão” por companheiros como a Tonica Chagas, talvez poucos se lembrem da voz do Haraton, pois comunicação verbal realmente não era o seu forte. Não foram poucos os apelos que fiz para evitar tanto sofrimento para ele, e algumas promessas do poder público apenas ficaram girando no ar, enquanto ele padecia de frio, de necessidades múltiplas, de falta de atendimento médico, de amparo. A Prefeitura ofereceu um leito numa casa de repouso, para onde não poderia sequer levar as próprias roupas; ficaria num dormitório com mais uns 30 homens, cadeado no portão da casa. Uma solução que só abreviaria a sua morte. Associações profissionais apenas aventaram a possibilidade de doação de cesta básica, mas nem isso se viabilizou, o que demonstra o imobilismo que toma conta das instituições numa hora em que se requerem soluções imediatas. Enfim, disso tudo, nada mais interessa. Espero que os “urubus” de plantão do poder público resgatem a sua obra, não para fazer firulas para se autopromover ou para render votos em eleições, mas por sua importância intrínseca para a cultura paranaense.

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Uma ideia sobre “Acervo e história

  1. Ivan Schmidt

    Convivi com Haraton Maravalhas alguns meses na reportagem de O Estado do Paraná, sob comando do grande Mussa José Assis. Quase sempre silencioso e ensimesmado, exatamente como o vi nas últimas vezes que com ele cruzei, pouco antes da notícia de sua morte.
    Lembro-me de certo dia em que a matéria nos levou à Base Aérea do Bacacheri e, no mesmo carro foi também o Rosaldo Marx, cinegrafista da TV Iguaçu, já falecido. Que falava mais que o homem da cobra! Quando o motorista estacionou e nós descemos, Haraton pronunciou as únicas palavras do dia:
    — Tem que ter um karma!

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