Do jeito que veio:

Anarquistas: lançado em Palmeira livro sobre a Colônia Cecília
 
Foi lançado na tarde do último sábado (05) no Sítio Minguinho em Palmeira, Região dos Campos Gerais, o livro Colônia Cecília que retrata com fidelidade os passos do Anarquismo no Brasil.
Com uma festa grandiosa com a presença de centenas de pessoas e que contou com apresentação de Coral, exposição de materiais usados no período do Anarquismo brasileiro e realizada no local onde concentrou-se o foco do movimento, o evento durou boa parte da tarde e da noite.
A experiência anarquista teve início em 1890 no estado do Paraná, período de maio fluxo de imigração italiana ao Brasil e foi conduzida por Giovanni Rossi, que deixou profundos traços em todo o movimento operário do país.
 
A Obra – Escrita por Arnoldo Monteiro Bach e com mais de mil páginas, o livro foi prefaciado pelo ex-governador Orlando Pessuti, também descendente de italianos e estudioso do assunto. Pessuti revelou que sentiu orgulho ao fazer o prólogo do que é uma obra real que retrata com fidelidade toda a história do movimento italiano surgido nos campos do Paraná. “Este é um momento de celebrar a historia daqueles que vieram antes de nós. Cumprimentamos o trabalho que o Arnoldo sua família e seus colaboradores prestam com esta obra. Fiquei muito feliz ao prefaciar o livro, que fala sobre os antepassados italianos dos quais também tenho origem. Ao longo de minha trajetória de vida pude observar as colônias do Paraná, de todas as etnias que estão distribuídas e a semente que foi deixada e que semeou dando bons frutos através do trabalho que transformou este nosso maravilhoso Estado”.
 
Pesquisa – Bach afirmou que em sua pesquisa utilizou relatos de testemunhas oculares, como os vizinhos do Sítio Minguinho onde ficou sediado o grupo. “O Sítio Minguinho está em festa e a historia agradece a colônia Cecília. Essa foi a única experiência anarquista realizada no Brasil e a mais conhecida do mundo. Mesmo depois de um século de sua dissolução os mitos em torno dela sobrevivem. Dezenas de pessoas em torno de seus quatro anos de existência passaram por ela” disse.
Em seu texto, Bach de forma cronológica refaz toda a história dos anarquistas desde sua chegada até o período em que quase assumiram o poder.
O livro demorou três anos para ser concluído e resgata de forma historia a importância do período e das marcas deixadas na história.
Pessuti relatou que “o livro retrata com clareza e propriedade a história dos nossos irmãos italianos que para cá vieram trazer a força de seus braços para o desenvolvimento da região”.
Sobre o trabalho do autor, o ex-governador disse que “há pessoas que trabalham para aquele dia ou ano e são importantes. Há aquelas que trabalham para um período de vida e são muito importantes e há aquelas que trabalham por toda uma vida. Essa são imprescindíveis. E assim é o nosso Arnoldo Bach que deixa um legado para nossos filhos e netos” concluiu.