Da Folha.com, em reportagem de Lucas Reis:
Ídolo na Turquia, Alex diz que voltar ainda não está nos planos
Não bote muita fé se algum cartola brasileiro disser que Alex, do Fenerbahce, pode reforçar seu time em 2012. Quem alerta é o próprio.
“Voltar não passa pela minha cabeça. Tenho um compromisso com o Fenerbahce até 2013 e até lá nem cogito voltar”, declarou à Folha o meia Alex, ídolo na Turquia.
A palavra ídolo, aliás, normalmente antecede o nome do paranaense de 34 anos, que deixou saudades em Palmeiras e Cruzeiro. E que vê seu nome rondar as mesas redondas esportivas do Brasil a cada final de temporada.
“Eu lamento, pois pode causar esperança aos torcedores que acreditam. Mas nunca houve nada de concreto para voltar ao Brasil”. Pudera: Alex, mesmo não sendo atacante, já é um dos maiores artilheiros da história de seu time.
Virou capitão em 2007 e líder absoluto de uma equipe rodeada por escândalos e que foi excluída da atual Copa dos Campeões. “A exclusão é algo que nem a própria federação turca sabe responder o motivo. Não há lógica. Infelizmente, as notícias que saem daqui chegam atravessadas ao Brasil”, declarou ele, por telefone.
Relembrando: em agosto, o Fenerbahce foi acusado de ser o pivô de um esquema de manipulação de resultados. Até seu presidente foi preso. Campeão nacional, ficou de fora da Copa dos Campeões.
“O que está sendo discutido não é a corrupção do futebol turco, mas várias coisas do meu país, entre elas o futebol. É o carro-chefe”. Assim que os escândalos explodiram, Alex publicou um manifesto em seu site. À Folha ele contou mais.
“O Fenerbahce jamais participou da manipulação de jogos. O clube gastou € 11 milhões no segundo turno do Nacional com premiação. Por que um time gastaria tanto dinheiro com premiação se estivesse envolvido em manipulação de jogos?”, indaga.
E vai além. “O prêmio mais baixo que o clube pagou em um único jogo foi € 500 mil. Em campo, tivemos só um jogo em que vencemos de maneira tranquila. De resto, todos foram bem difíceis de ganhar”, conta, a respeito da campanha do título nacional.
Tamanha confiança vem de quem virou uma celebridade na Turquia. “Sou o capitão [do time] desde 2007. Desde 2003, quando cheguei, tenho média espetacular de gols. Isso [escândalo] vai respingar na minha imagem”.
Tal quadro é de um atleta perto de chegar a mil jogos e 400 gols na carreira –aliás, essa é sua próxima meta. Em 338 jogos no Fenerbahce, fez 169 gols (média de 0,5). Ao todo, marcou 368 em 909 jogos.
Voltar ao Brasil, disse, ainda não está em seus planos. Quando questionado sobre as diferença das torcidas brasileira e turca, ele se lembra de um episódio do Palmeiras.
“Eu já fui xingado no Palmeiras após perder uma decisão de Libertadores nos pênaltis. Não dá pra entender”. E quando voltar, o destino é incerto. Além de Palmeiras e Cruzeiro, há o Coritiba, seu clube de infância.
“Acompanho os três times. Lamento a crise do Palmeiras. Mas é uma fase. Vai melhorar”. Seleção brasileira, disse Alex, está fora de seus planos desde 2006. “Nem penso mais