16:02Dos tucanos aos petistas

Um estudioso da língua pátria acompanha atentamente as mudanças no vocabulário do poder federal. Lembra que durante anos os humoristas tiraram (e ainda tiram) sarro da forma tucana de se expressar. Partido com algumas raízes acadêmicas, o PSDB sempre tendeu a se expressar daquela forma engrolada, substituindo as expressões coloquiais por outras, que achavam mais elaboradas, mesmo quando para explicar o inexplicável, como a grande jogatina das privatizações, atochadas para o grande público como um dos pilares do neoliberalismo econômico. Segundo o mestre, agora é a hora de alguém notar o amor desmesurado que o PT, especialmente quando apanhado apanhado com a mão no jarro, demonstra pelo uso de eufemismos. Durante o governo Lula os maiores descalabros podiam ser classificados pela singela denominação de “erro”. “O companheiro cometeu um erro”, poderia ocultar desde a prática bizarra de carregar dólares nas cuecas até o saque sistemático de entidades públicas. Isso sem falar da deliciosa expressão “recursos não contabilizados”, para abarcar desde caixa dois até milhões surrupiados da bolsa da viúva. No governo Dilma o PT enriqueceu o vocabulário recuperando a expressão “malfeito” para designar todo tipo de falcatrua feita com o dinheiro do contribuinte.

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Uma ideia sobre “Dos tucanos aos petistas

  1. tony

    Para a nossa sorte falamos portugês, que é uma língua pródiga em sinônimos, cheia de mases, talvezes, que tais e assim por diante. Assim sendo podemos ocultar a verdade atrás de palavras, de eufemismos, figuras de linguagem e outros tantos artifícios lingüísticos, que a língua de Camóes nos proporciona. Nos tempos de FHC o governo usava uma determinada linguagem, para esconder a roubalheria. No governo do companheiro, outra, os tais “erros”. E no da companheira passou-se a usar o tal malfeito, que no fundo é também para esconder a verdade. No fundo o governo usa o português sempre com uma intenção, enganar a patuléia. ACarlos

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