14:11Na Amazônia, à procura de insetos

A Universidade Federal do Paraná informa:
 
Uma expedição científica para coleta de material biológico na Amazônia terá a participação de três professores da UFPR. Os pesquisadores, todos do Departamento de Zoologia, partirão de Manaus e percorrerão, entre os dias 1º e 21 de junho, três afluentes localizados à margem esquerda do Rio Negro, a fim de coletar exemplares de insetos.
Ao longo do percurso, que irá até as proximidades com a fronteira da Venezuela, a equipe espera coletar cerca de 100 mil amostras de insetos, inclusive de espécies ainda não descritas. “A Amazônia ainda é um lugar bastante desconhecido, inexplorado cientificamente. Por isso, a quase certeza de encontrarmos novas espécies”, comenta o professor Rodney Cavichioli, que participará da expedição com os colegas Olaf Mielke e Mirna Casagrande. Atualmente, são conhecidas cerca um milhão de espécies de insetos no mundo, mas estima-se que existam aproximadamente cinco milhões.

Ao todo, cerca de 20 pesquisadores do Brasil participam da expedição. É a terceira realizada pelo projeto “Amazonas: diversidade de insetos ao longo de suas fronteiras”, que tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência.

A expedição usará cerca de 60 tipos diferentes de armadilhas, que recolherão amostras de espécies de hábitos noturnos e diurnos.

As outras duas expedições foram realizadas nos anos de 2008 e 2009. A primeira realizou a coleta ao longo do Rio Solimões. Na segunda, os pesquisadores começaram a percorrer o Rio Negro. A viagem, no entanto, foi interrompida por conta do naufrágio da embarcação e durou apenas sete dias. Ninguém se feriu gravemente.

Segundo o professor Cavichioli, nessas duas expedições, aproximadamente dez novas espécies foram encontradas apenas na família de insetos na qual é especialista, a “Cicadellidae” (insetos fitófagos, popularmente conhecidos como cigarrinhas).

Cavichioli destaca que o principal objetivo dessas expedições é destacar a necessidade de preservação da Amazônia, um ecossistema muito rico em biodiversidade. “Para preservar algo, você primeiro precisa conhecer”, resume o pesquisador. “Mas é óbvio que essas descobertas podem abrir várias possibilidades para pesquisa. Muito insetos são vetores de pragas e doenças, por exemplo. Mas só vamos ter uma ideia mais exata disso depois da coleta.”

O material obtido nessa expedição deve ser dividido entre os museus de Entomologia do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e do Departamento de Zoologia da UFPR.

Uma outra expedição deve ser realizada no ano que vem, quando também está previsto o término do projeto.

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