6:32O jantar de Osmar e a burrice tucana

Do enviado especial:

O pau comendo nos bastidores e o PDT inventou um jantar em homenagem ao senador Osmar Dias pelo seu desempenho no episódio da multa do Banestado. Outro dia e hora, tudo bem, mas nesse momento do chamado quadro eleitoral?  O senador foi pela manhã à rádio Bandnews e quase pede pelo amor de Deus para não se tratar da questão eleitoral durante o jantar. Começa o ágape, no Madalosso. Parlamentares e prefeitos (Cascavel, Londrina e Foz do Iguaçu) se sucedem ao microfone  e todos não resistem no lançamento do senador como candidato ao governo do Estado. O deputado federal Abelardo Lupion (DEM) leva mulher e filho-candidato ao palanque e é o mais veemente. Osmar Dias se morde de raiva na mesa junto com esposa e filhos. Os bravos companheiros acabavam de colocá-lo numa sinuca.  Eis que chega a noviça rebelde, a candidata ao senado pelo PT, Gleisi Hoffmann, e fala.”Vamos caminhar juntos”, declara, lembrando ainda que desfez a agenda para  estar presente ao jantar, embora tivesse telefonado a Osmar Dias pela manhã pedindo desculpas por não poder comparecer. Vaza a informação. Pode ter sido um blefe para enganar os tucanos. Não diz um ai sobre ser vice do senador numa aliança PDT-PT, porque já sente quase senadora. Requião que o diga. Sobe ao palanque Osmar Dias e aborda a questão da multa do Banestado, reconhecendo o trabalho de Requião e Pessuti. Esqueceu de Paulo Bernardo, mas lembrou dos parlamentares federais que o ajudaram (Ratinho, Giacobo e Lupion). Vai se equilibrando nas palavras, enquanto uma pequena torcida no restaurante lotado grita “governador”. Ele resume a ópera, informando aos ouvintes que não lançará ninguém ao abismo, nem ele. Só será candidato se tiver uma aliança de partidos (horário na TV) e estrututura (leia-se
grana para aguentar uma custosa eleição). Hoje ele tem os pequenos PSC e PR com parcos segundos no horário eleitoral e que não são nenhuma Wall Street ambulante. Osmar jogou o pepino ao PT, algo como ” se me queres,sabem o meu dote”.  Mas ele também está numa sinuca, porque seu mais fiel eleitorado, a turma dos agricultores, já lhe comunicou mediante seus principais líderes que,se ele se aliar ao PT, tchau e benção. E os tucanos? Ah! os bicos longos e as penas empavonadas. Por ingenuidade ou absoluta incompetência, nem Beto Richa, nem Valdir Rossoni, nem ninguém da direção foi ao jantar prestigiar Osmar e cumprimentá-lo. Não foi gafe, foi burrice política, porque embora o presidenciável José Serra considere Osmar a figura chave para desmontar Dilma Rousseff no Paraná, o salto alto ou a primariedade política pesou mais. Se lá estivessem, dariam uma demonstração de educação e sagacidade política (representantes de todos os partidos lá estavam). Aliás, havia apenas um tucano, mas que está fora do ninho: o ex-ministro Euclides Scalco, homenageado especialmente por Osmar em seu discurso.

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