7:47Nesta data infeliz

Aqui não se vai fazer um levantamento do que aconteceu, do que está acontecendo, nem a previsão do que vai acontecer. Neste data infeliz, a tentativa é a de levar aos corações dos pais dos meninos que foram apagados da vida o sentimento dos quem têm filhos e, em momentos como aquele, em que ficam sabendo de tragédias parecidas, imaginam a dor, a maior que se pode sentir. Imaginam, mas não há como saber. Reza-se todo dia para que nossos herdeiros de vida não sofram – que sejam felizes. E o que podemos fazer, nós, seres normais, é tentar protegê-los, orientá-los para que, no mínimo, tornem a existência mais leve, e que aproveitem tudo de bom que esta vida, apesar dos pesares, tem a oferecer. Pois o que aqui se tenta, quando se completa um ano da morte de Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20, é dizer aos pais deles, que encontraram forças para lutar para que a Justiça dos homens aconteça, é dizer que existe, sim, uma rede de sentimento no ar. É ela que nos une, na dor apenas imaginada por nós, que temos os filhos vivos, mas é real. O que queremos é que este sentimento geral amenize a dor de vocês – e a de outros pais que, de repente, por estes momentos tão tristes, às vezes protagonizados por outros seres, perdidos na noite, tiveram de se apegar apenas às lembranças para sobreviver. Por tudo isso, saibam que estamos juntos. Amém.

Compartilhe

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.