15:14Dr. Rosinha pede que a Polícia Federal investigue a Assembleia

Do jeito que veio:

O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) irá requerer na tarde desta sexta-feira (19/3) que a Polícia Federal (PF) passe a investigar o escândalo da contratação de funcionários fantasmas e desvios de recursos na Assembleia Legislativa do Paraná.
 
Em ofício endereçado à Superintendência Regional da PF no Estado, Dr. Rosinha solicita investigação do órgão sobre as condutas do presidente da Assembleia, deputado estadual Nelson Justus (DEM), do diretor-geral Abib Miguel —ex-braço direito do falecido Aníbal Khury (1924-1999)— e dos demais agentes políticos e pessoas envolvidas.
 
Uma série de reportagens, ainda em curso, veiculada pelo jornal “Gazeta do Povo” e pela emissora RPC TV, tem revelado a contratação de funcionários fantasmas, o uso de laranjas, a publicação “secreta” de Diários Oficiais e desvios de recursos, entre outras irregularidades.
 
“Há fortes indícios de crimes contra os cofres da União, como sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, cuja investigação está entre as atribuições da Polícia Federal”, argumenta Dr. Rosinha. “Como a Assembleia Legislativa do Paraná exerce muita influência nos órgãos públicos estaduais, acredito que uma investigação da PF seria mais isenta e eficiente.”
 
O parlamentar petista observa que, em Brasília, parte das investigações sobre o escândalo protagonizado pelo governador cassado José Roberto Arruda (ex-DEM) coube à Polícia Federal. “A PF tem credibilidade e condições de atuar de forma colaborativa com os órgãos estaduais que já investigam o caso no Paraná”, avalia Dr. Rosinha. “A investigação precisa ficar fora da esfera de influência de alguns deputados estaduais envolvidos.”
 
Além do uso de laranjas e da contratação de parentes e de funcionários fantasmas, as denúncias revelaram que Abib Miguel é proprietário de uma fazenda de soja de 6 mil hectares em São João d’Aliança (GO) que valeria R$ 50 milhões. “Como um funcionário da Assembleia acumulou recursos para adquirir uma fazenda como essa?”, questiona Dr. Rosinha.
 
“Com um patrimônio desse, Abib Miguel deixa Agaciel Maia no chinelo”, compara o deputado, referindo-se ao ex-diretor do Senado Federal, que ocultou de seu patrimônio uma mansão em Brasília avaliada em R$ 5 milhões —valor dez vezes menor que o da fazenda do diretor da Assembleia paranaense.
 
No último dia 5, o Ministério Público Federal no Distrito Federal solicitou à Justiça a indisponibilidade da mansão de Agaciel, para futuro ressarcimento aos cofres públicos.
 
A caminho da cidade gaúcha de Santo Ângelo (RS), onde fará uma palestra na manhã deste sábado (20/3) sobre integração regional, Dr. Rosinha já assinou o requerimento à PF, que será protocolado na sede da superintendência do órgão no Paraná pela assessoria jurídica do mandato.
 
 
Críticas via Twitter
 
Ao longo da semana, o deputado Dr. Rosinha já havia se manifestado por diversas vezes sobre o escândalo na Assembleia Legislativa do Paraná através de sua conta no Twitter (www.twitter.com/DrRosinha). Entre outras observações, lembrou que Pedro Tonelli, primeiro deputado estadual eleito pelo PT no Estado, há havia um protocolado um requerimento sobre a número e a identificação dos funcionários da Casa em 1987. Formulado há 23 anos, o pedido jamais teve resposta.
 
“Participei da legislatura seguinte, e Aníbal Khury também jamais responderia os meus pedidos”, disse Dr. Rosinha. “Não é de hoje que a Assembleia Legislativa precisa de uma devassa em suas contas. E não só ela, mas também o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas, etc.”
 
Dr. Rosinha lembrou ainda o fato de o neto de Aníbal, Alexandre Curi, ocupar o cargo de primeiro-secretário da Assembleia, função responsável, entre outras coisas, pela fiscalização de despesas da Casa. Rosinha defendeu a saída de Nelson Justus do cargo e afirmou que uma “máfia” se instalou há décadas no Legislativo do Paraná.
 
“Arruda só está na cadeia hoje porque o povo de Brasília foi às ruas. Os paranaenses precisam se mobilizar.”

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