23:08Luiz Algacir, adeus

Do site da RPC, em reportagem de  Leonardo Bonassoli:

Morre Luiz Algacir, medalhista paraolímpico brasileiro
Ele participou de quatro jogos paraolímpicos e conquistou nas duplas, em Pequim, a única medalha do tênis de mesa na história

Morreu por volta das 10h30 deste sábado (23), em Curitiba, o mesatenista Luiz Algacir Vergílio da Silva, 36 anos, dono de uma inédita medalha de prata nas duplas em Pequim, em 2008, a única do tênis de mesa em Olimpíadas e Paraolimpíadas conquistada pelo Brasil e pelos demais países do continente americano. Luiz Algacir estava internado desde julho de 2009 por causa de um câncer que iniciou-se no cóccix e se alastrou para o resto do corpo. A doença o afetava há anos, ao ponto de ele ter feito uma cirurgia ainda em 2008, meses antes de ir para os Jogos Paraolímpicos conquistar o maior feito dos 18 anos de carreira.

Luiz Algacir, nascido em 23 de março de 1973, em Curitiba, competia na classe 3 (de cinco classes existentes e divididas por grau de limitação física) do tênis de mesa paraolímpico por conta de uma paraplegia (perda dos movimentos da perna) adquirida após cair de uma árvore em Foz do Iguaçu quando tinha 15 anos de idade. No tênis de mesa, começou em 1992, após convite da colega Maria Luiza Passos. “Ele falava que a Malu [apelido da atleta] era a madrinha dele. Ele fazia fisioterapia e um dia o convidei para treinar. Comecei a notar o potencial dele ainda em 1992, no Recife, quando ganhou a primeira medalha dele na primeira competição que jogou”, contou Maria Luiza.

Ele participou de quatro jogos paraolímpicos: Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008, conquistando a medalha no último ao lado do também paranaense Welder Knaf. Ele também conquistou duas medalhas de ouro no Para-Pan do Rio, em 2007, além de ser tetra campeão por equipes da competição. O mesatenista venceu o Euro Champ Table Tennis Tournamen na Holanda, em 2004, e foi eleito por duas vezes consecutivas o melhor mesatenista cadeirante das Américas. O sonho do atleta era encerrar a carreira com um ouro olímpico e depois se dedicar a ensinar o esporte para as crianças. “Ele virou um parâmetro. Gente de todo o país vinha treinar com ele. O amor dele pelo esporte era tanto que ele queria fundar um clube só de tênis de mesa paraolímpico. Quem sabe os amigos dele não realizem esse sonho,” disse Maria Luiza.
O corpo do mesatenista está sendo velado neste sábado na Associação dos Deficientes Físicos do Paraná, no Alto da XV. O enterro está marcado para as 10 horas de domingo, no Cemitério do Boqueirão

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