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Carlos Zéfiro, desenhista maior dos “catecismos” do Brasil

do Wikipedia:

Carlos Zéfiro é o pseudônimo do funcionário público brasileiro Alcides Aguiar Caminha (Rio de Janeiro, 25 de setembro de 1921 – Rio de Janeiro, 5 de julho de 1992) com o qual ilustrou e publicou, durante as décadas de 50 a 70, histórias em quadrinhos de cunho erótico que ficaram conhecidas por “catecismos”. Alcides Aguiar Caminha, carioca boêmio, ilustrou e vendeu cerca de 500 trabalhos desenhados em preto e branco com tamanho de 1/4 de folha ofício e de 24 a 32 páginas que eram vendidos dissimuladamente em bancas de jornais, devido ao seu conteúdo porno-erótico, ficando conhecidos como “catecismos” e chegaram a tiragens de 30.000 exemplares.

 Biografia
Casado desde os 25 anos, com Dona Serat Caminha teve 5 filhos e sempre escondeu de toda a família sua atividade paralela de desenhista e aposentou-se como funcionário público do setor de Imigração do Ministério do Trabalho. Sua identidade somente se tornou pública em uma reportagem da Revista Playboy que foi publicada em 1991, um ano antes de sua morte.

Autodidata no desenho e concluinte do curso de segundo grau somente quando tinha 58 anos, manteve o anonimato sobre sua verdadeira identidade por temer ter seu nome envolvido em escândalo o que lhe traria problemas por se tratar de funcionário público submetido a Lei 1.711 de 1952 que poderia punir com a demissão o funcionário público por “incontinência pública escandalosa” e retirar os proventos com os quais mantinha a família.

Carreira
Os “catecismos” eram desenhados diretamente sobre papel vegetal, eliminando assim a necessidade do fotolito, e impresso em diferentes gráficas em diferentes Estados, gerando, inclusive, diversos imitadores. Em 1970, durante a ditadura militar, foi realizada em Brasília uma investigação para descobrir o autor daquelas obras pornográficas que chegou a prender por três dias o editor Hélio Brandão, amigo do artista, mas que terminou inconclusa.

Além de seus trabalhos como ilustrador Alcides Caminha foi compositor, inscrito na Ordem dos Músicos do Brasil e parceiro de Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho, com quem compôs quatro sambas para a Mangueira, entre eles os sucessos: Notícia, gravado por Roberto Silva na década de 50, e A Flor e o Espinho.

Em 1992 recebeu o prêmio HQMix, pela importância de sua obra. Após sua morte teve um trabalho publicado como homenagem póstuma em 1997 na capa e no encarte do cd “Barulhinho Bom” da cantora Marisa Monte. Em 1998, as vinhetas de abertura e intervalos do Video Music Brasil 1998, da MTV Brasil foram claramente inspiradas nos folhetins de sua obra.

Em agosto de 1999, em Anchieta, bairro em que morava, foi inaugurada a Lona Cultural Carlos Zéfiro, com show da Velha Guarda da Portela e Marisa Monte. A cantora e o jornalista Juca Kfouri, que revelou a verdadeira identidade de Carlos Zéfiro nas páginas da Playboy, são os padrinhos da Lona Cultural, fundada e dirigida por um grupo de artistas locais, que tinha à frente Adailton Medeiros.

 

 

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