10:57Justiça marca para o dia 16 o último julgamento do caso do assassinato do herdeiro da Disapel

Do jeito que veio:

Guilherme Navarro Lins de Souza, advogado apontado como mentor e mandante do crime, e Sebastião Cândido Gouveia, suspeito de envolvimento na execução, vão a júri popular no dia 16 de dezembro

Os últimos dois acusados de envolvimento no assassinato do empresário Paulo Gustavo de Freitas Turkiewicz, herdeiro das lojas Disapel, irão a júri popular no próximo dia 16 de dezembro. O advogado Guilherme Navarro Lins de Souza, apontado como mentor e mandante do crime e Sebastião Cândido Gouveia, suspeito de envolvimento na execução serão julgados a partir das 9h na 2ª Vara do Tribunal do Júri em Curitiba.
O assassinato aconteceu no dia 1º de abril de 2003. Paulo Gustavo de Freitas Turkiewicz, 31 anos, foi executado com quatro tiros – três na cabeça e um no tórax – no estacionamento de uma academia de tênis no Bairro de Santa
Felicidade, na capital paranaense.  Quatro homens teriam participado do crime: Guilherme Navarro Lins de Souza – apontado como mentor e mandante, Sebastião Cândido Gouveia, Rogério Juliano Gonçalves e Altaídes Prestes Lemos. O assassinato ganhou repercussão nacional quando foi ao ar no programa Linha Direta da TV Globo em 9 de setembro de 2004.

Retrospectiva do caso – O primeiro ser julgado foi Rogério Juliano Gonçalves.
Em 16 de fevereiro de 2008, o réu foi condenado a 12 anos de prisão por
homicídio duplamente qualificado. A família de Paulo Gustavo recorreu da
decisão e Rogério Juliano Gonçalves teve a pena aumentada para 14 anos e 8
meses pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Rogério Juliano Gonçalves
confessou perante os jurados ter levado o pistoleiro Altaídes Prestes Lemos
até o local onde estava Paulo Gustavo na noite do dia 1º de abril de 2003.
Em 16 de setembro de 2009, Altaídes Prestes Lemos foi a julgamento. Acusado de
homicídio duplamente qualificado: crime hediondo, praticado sob encomenda e sem
a possibilidade de defesa da vítima, o réu foi condenado a 21 anos de prisão.
Os jurados concluíram que ele foi o autor dos quatro tiros que mataram Paulo
Gustavo Turkiewicz.

Desfecho – No próximo dia 16 de dezembro, quarta-feira, acontece o
julgamento dos dois últimos suspeitos de envolvimento no caso de assassinato. O
advogado Guilherme Navarro Lins de Souza é apontado pelas investigações com o
mentor e mandante do assassinato. Já Sebastião Cândido Gouveia teria sido
contratado por Guilherme para colocar o plano em prática.
Diferente dos dois primeiros acusados, Guilherme e Sebastião, aguardam pelo
julgamento em liberdade. Ambos foram beneficiados por habeas corpus no início
das investigações do crime e são acusados por homicídio duplamente
qualificados, assim como os outros dois condenados.

Esperança – A família de Paulo Gustavo de Freitas Turkiewicz recebeu com
otimismo a notícia do agendamento do júri. “Nunca perdemos as esperanças e
a confiança na justiça. Nada pode trazer meu irmão novamente para o nosso
convívio, mas acreditamos que os responsáveis por esta tragédia em nossa
família devem ser punidos pelo que fizeram”, explica Ana Cristina de Freitas
Turkiewicz – irmã de Paulo Gustavo.
       Depois da morte de Paulo Gustavo a família promove ações para não deixar o
caso cair no esquecimento. Desde 2004 a mãe de Paulo Gustavo, Nelise
Turkiewicz, publica em jornais de grande circulação na cidade duas cartas: uma
na data em que o crime aconteceu – 1º de abril e outra no dia 30 de julho,
data do aniversário de Paulo Gustavo. Uma forma de atrair as atenções da
sociedade para o crime não solucionado.
Em todos os julgamentos a família e amigos de Paulo Gustavo promove uma
manifestação pacífica em frente ao Tribunal do Júri de Curitiba. Munidos de
fachas e camisetas clamam por justiça. Em 2009 um site em homenagem a memória
de Paulo Gustavo também foi colocado no ar www.pgt1972.com.br. Ana Cristina
atualiza pessoalmente as informações sobre o andamento do caso e conta em
depoimentos pessoais como aconteceu a tragédia que marcou a família.
Quando foi assassinado, Paulo Gustavo tinha 31 anos e era recém casado com
Florinda Cardoso Tomé, que ficou viúva com pouco mais de um ano de casada.
“Tínhamos planos de uma vida inteira pela frente. Queríamos ter filhos, ver
a família crescer. Nossos sonhos foram interrompidos por uma brutalidade”,
lembra Florinda.

Motivos – Suposto mandante do crime, Guilherme Navarro Lins, era amigo da
vítima e freqüentava a casa da família Turkiewicz. Segundo Ana Cristina,
Navarro se aproximou de Paulo Gustavo já com o objetivo de extorquir a vítima.
“Guilherme chegou como quem não quer nada se passando como um amigo em uma
situação parecida: tinha perdido o pai e também cuidava da família sendo o
filho mais velho. Depois de algum tempo, quando percebeu que tinha conquistado a
confiança de meu irmão, passou a se apropriar de recursos financeiros de nossa
família, sob o pretexto de fazer investimentos”, relembra Ana Cristina. O
crime aconteceu depois que Paulo Gustavo passou a questionar Guilherme Navarro
sobre o destino das aplicações financeiras.

SERVIÇO:
Julgamento de Guilherme Navarro Lins e Sebastião Cândido Gouveia, acusados
pelo homicídio do empresário Paulo Gustavo de Freitas Turkiewicz, herdeiro das
Lojas Disapel.
Quando: 16 de dezembro de 2009
Horário: 9h
Local: 2ª Vara do Tribunal do Júri em Curitiba
Endereço: Praça Nossa Senhora da Salete, sem número. Prédio do Júri (ao
lado da prefeitura Municipal de Curitiba)

* A partir das 8h00, a família reúne amigos e parentes em manifestação por
justiça, e irá acompanhar o julgamento.

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