19:36Sob o domínio da bola

A dor no coração não justifica a violência. A dor no coração justifica, sim, amar ainda mais o time. Porque um clube não são os jogadores, esses, que não conseguiram evitar o rebaixamento, ou que evitar o rebaixamento. Um time, com seu escudo, suas cores, é mais, muito mais que isso – é história, construída com grandes conquistas e vexames históricos. É a alegria explosiva misturada ao choro convulsivo. Aguentar as piadas dos adversários, sabendo que vai haver o retorno – sempre há retorno. Hoje a grande torcida do Coritiba fez sua parte, como sempre. Como fez a do Atlético Paranaense na semana passada. Um ficou aliviado por não ir de novo para Segundona. O outro foi. Sofre-se como se isso fosse a coisa mais humilhante do mundo. Não é. É componente deste mundo da bola. Os dois times não honraram dentro de campo tudo o que representa para seus torcedores. Essa é a verdade. Não jogaram nada. O Atlétio se livrou. O Coritiba caiu. Mas a torcida fica, para sempre, sob o domínio da bola, que faz este ou aquele jogador, este ou aquele time, fazê-la sofrer ou ser feliz de acordo com o trato que se dá a ela, redonda e, por isso mesmo, surpreendente.

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