8:21Por São Longuinho!!!

História curitibana ocorrida ontem à noite:

Este é o nosso Brasil, onde não há respeito ao consumidor e onde a gente acaba torcendo a favor de assaltante de banco. O cidadão sai na 6ª feira a noite para ir na venda pegar o miojo para o guri, tomar uma ceva com os amigos, comprar o álbum de figurinhas para a filha, qualquer coisa, enfim, e paga com seu cartão de débito do banco Santander. Apesar da taxa cobrada, não há comerciante que não aceite com prazer o tal dinheiro de plástico, quando não por outras razões, porque se 100% dos negócios forem feitos dessa forma, acabarão os assaltos. Mas voltemos ao fato em si: o cliente esquece o cartão após passar na maquininha. O proprietário do estabelecimento imediatamente se dá conta de que a menos que se lembre de onde deixou, o pobre coitado passará o feriadão pós-greve dos bancários sem cartão e sem grana. Prestimoso, acessa a página do tal banco na internet e liga para o “0800”. É atendido por um marciano-padrão desses call centers que podem estar situados em Erebango/RS, Candeias do Jamari/RO, Girau do Ponciano/AL ou em Katmandu, passa ao indigitado o n° da conta e ousa sugerir que identifique o cliente e avise-o de que pode vir buscar o precioso cartão. Mas aí descobre o seguinte: se os caras dos bancos querem atazanar a tua vida com ofertas de seguros contra tornados, venda de consórcios de terrenos na lua, empurrar umas letras de câmbio com vencimento em 2083 ou se você cometer o desatino de atrasar 2 dias numa parcela do seguro que o gerente te engrupiu, ELES TE ENCONTRARÃO ÀS 3 HORAS DA MADRUGADA NO VELÓRIO DA MÃE DA COMADRE DO PORTEIRO DO TEU PRÉDIO, pode acreditar. Mas para prestar um favor ao palerma, digo ao correntista, aí o sistema é burro, não há como chegar ao destinatário do obséquio. Ao dono do boteco, da lojinha, da banca de revistas, resta guardar o plastiquinho na gaveta, rezar para que São Longuinho ilumine o cidadão para que faça uma meia-volta-volver ou, do contrário, esperar a 3ª feira para ligar para a agência e, – quem sabe – encontrar um pouco mais de respeito. Enquanto isso, já que neste filme não tem mocinho, o negócio é torcer, se não pelos bandidos-assaltantes (afinal, ladrão que rouba ladrão não tem 100 anos de perdão?), pelos grevistas que querem um pouco mais da grana dos banqueiros.

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