18:14O Dia do Gafanhoto na Escola do Requião

Com a sutileza que lhe é peculiar, o governador Roberto Requião aproveitou as luzes, as câmeras e a plateia da Escola de Governo de hoje para “brincar” com o pesquisador da área de Ecofisiologia Lauro Akio Okuyama, que acompanhava a exposição de José Augusto Teixeira de Freitas Picheth, do Iapar. Primeiro, chamou-o de “Gafanhoto”, numa referência ao seriado Kung Fu. Okuyama, que trabalha em fisiologia vegetal e desenvolve pesquisa com germinação da espiga de milho e com a questão da tolerância do alumínio tóxico, ao falar sobre o desenvolvimento do Iapar na área de trigo, disse que o grande problema encontrado é a falta de pessoal. “Nós não temos gente para dar continuidade à pesquisa”. Pra que? O governador foi em cima: “Ô Picheth, tá demitido o japonês”. Lauro aproveitou: “É isso, né? Já que deu oportunidade, é isso aí”. Requião então aproveitou para fazer o discurso sobre a contratação de todos os funcionários que foram pedidos. “Eu acho que tem um pessoal lá que não gosta de trabalhar. Nós fizemos grandes contratações. Contratações que não existiram nos últimos 30 anos foram feita agora. Então, se vocês não quiseram contratar técnicos é porque não trouxeram o pedido ao estado. E tem gente suficiente pra trabalhar. O que tem é um grupo de pessoas que acha que tem o direito adquirido de não fazer nada, embora você sabe o respeito que eu tenho ao pessoal que trabalha e que tem produzido. Mas temos gente, que recebem os mais altos salários, que adquiriram, ao longo do tempo, quando os institutos foram abandonados pelos governos, o direito de não fazer nada”. E aí, dirigindo-se ao pesquisador, disparou: “Então, a tua reivindicação foi indeferida. Tua demissão não será feita nessa semana, fica pra semana que vem”. Okuyama ainda falou mais um pouco. Foi interrompido: “Gafanhoto, você perdeu uma grande oportunidade de ficar quieto. Tudo bem. É isso, Picheth? Quantos funcionários nós contratamos no Iapar?” A resposta: “67 funcionários novos na última contratação. E está lá para o senhor aprovar a contratação do pessoal para a Syngenta, fazenda de pesquisas do Iapar”. Requião então fechou: “Portanto, Pichete, deixe claro pro Kung Fu que o que a Secretaria de Agricultura reivindicou ao Estado e o que o Iapar pediu foram viabilizados. E se não tem pesquisador é porque a direção do Iapar achou desnecessário. Provavelmente, Kung Fu, eles acharam que você sozinho resolveria esse problema todo”. E, diante do riso da plateia, encerrou: “O japonês fica, então, sem macarrão durante quinze dias”.

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