10:12A ninguenzada desempregada

Enviado por Geraldo Serathiuk:


Maioria dos desempregados é formada por mulheres, pobres e com idade entre 21 e 40 anos
 

Mulher, pobre, com mais de 11 anos de escolaridade e idade entre 21 e 40 anos. É este o perfil das pessoas desempregadas nas seis principais regiões metropolitanas do país, informa estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e denominado A Desigualdade no Desemprego no Brasil Metropolitano.

Em julho deste ano, segundo o Ipea, a taxa de desemprego entre os pobres com renda mensal de até meio salário mínimo foi de 23,1%. “É 5,2 vezes maior do que a daqueles que não se encontravam em situação de pobreza”, disse o presidente do Ipea, Márcio Pochmann. Entre os trabalhadores com renda superior a meio salário mínimo a taxa de desemprego foi de 4,4%.

O instituto concluiu também “que os 20% mais pobres respondiam por 40,4% do desemprego, enquanto os 20% mais ricos correspondiam a 5,2%”. Além disso, segundo Pochmann, “mais de 80% dos desempregados eram pessoas de até 40 anos de idade.” Esse índice é a soma de 59,9% de desempregados, de idade entre 21 e 40 anos, e 23% com idade de até 20 anos.

A parcela de homens desempregados, que alcançava 47,7% do total em março de 2002, caiu para 44,8% em julho deste ano.

 “Isso nos mostra que as mulheres são o contingente mais elevado de desempregados nas regiões metropolitanas analisadas, mesmo que a participação delas no mercado de trabalho tenha aumentado. E se a mulher for pobre, então, tem 38% a mais de chances de estar desempregada”, afirmou o presidente do Ipea.

Segundo o estudo, 27,1% das mulheres pobres estavam desempregadas em julho. O índice de desemprego cai para 5,4% quando o perfil é o de mulher não pobre. Já em relação aos homens, 19,6% dos pobres estavam desempregados, índice que cai para 3,6% quando se trata de homens não pobres.

Pochmann explicou que a taxa de desemprego entre os pobres subiu porque o número de desempregados pobres foi reduzido. “E, graças às políticas de garantia de renda, o país conseguiu evitar que, mesmo ficando desempregado, o indivíduo passe a figurar imediatamente como pobre”, completou.

Outro ponto destacado no estudo do IPEA é a constatação de que os desempregados pobres, mesmo que tenham mais escolaridade, tendem a enfrentar maior dificuldade para conseguir vaga no mercado de trabalho.

 “Isso nos leva a crer que a educação é condição necessária mas nem sempre suficiente para o acesso a um melhor posto de trabalho”, registrou Márcio Pochmann.

A maior parte dos desempregados registrados em julho (56,1%) frequentaram a escola durante 11 ou mais anos. No mesmo mês de 2002, eram 35,6% os desempregados com a mesmo tempo de escolaridade. Em julho de 2005, o índice aumentou para 45,8% e, em 2007, para 49,8%.

 

A informação é do Brasília Confidencial

 
Taxa de desemprego entre pobres é 5,2 vezes maior, mostra Ipea
RIO – A taxa de desemprego entre os pobres nas seis regiões metropolitanas analisadas pela Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atingiu 23,1% em julho, 5,2 vezes acima dos 4,4% de desocupação entre os não pobres. A conclusão consta do Comunicado da Presidência Número 29, divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Ipea considera como pobre aquele trabalhador cuja renda per capita familiar não supera meio salário mínimo mensal. Para este grupo, a taxa de desemprego entre julho de 2002 e julho de 2009 subiu 10%, passando de 21% para 23,1%, enquanto para os não pobres a taxa caiu 34,3%, de 6,7% para 4,4%.

“Com isso, a desigualdade que separa o desemprego entre trabalhadores pobres e não pobres aumentou 70%, pois era 3,1 vezes em julho de 2002 e passou para 5,2 vezes em julho de 2009”, diz a nota divulgada pelo Ipea.

O instituto ressalta que, a partir da contaminação da crise internacional no Brasil, em outubro de 2008, ocorreu um aumento mais agudo do desemprego entre os trabalhadores não pobres. A taxa para este grupo subiu 7,3%, passando de 4,1% para 4,4% entre setembro de 2008 e julho de 2009. No mesmo período, a taxa para os trabalhadores pobres subiu 6%, de 21,8% para 23,1%.

Para o Ipea, o crescimento da taxa de desemprego entre os pobres e a queda para a força de trabalho não pobre estão diretamente associados à queda absoluta e relativa da pobreza no Brasil. Entre março de 2002 e julho de 2009, a taxa de pobreza nas seis principais regiões metropolitanas do país caiu 28%.

Com isso, a quantidade de pobres no Brasil metropolitano foi reduzida em 23,2%, o equivalente a 4,3 milhões de pessoas a menos na pobreza, passando de 18,5 milhões, em março de 2002, para 14,2 milhões em julho de 2009.

A População Economicamente Ativa (PEA) composta por indivíduos pobres caiu 40,8% entre março de 2002 e julho de 2009, passando de 7,5 milhões para 4,5 milhões de indivíduos. Entre os não pobres, a PEA subiu 61,2% no mesmo período, passando de 11,6 milhões para 18,7 milhões. Já o contingente de desempregados considerados pobres passou de 1,583 milhão em março de 2002 para 1,029 milhão em julho deste ano. Entre os não pobres, o número de desempregados caiu 12,6%, de 942,7 mil para 824,1 mil.

“A consequência da queda na quantidade de desempregados pobres em menor ritmo que a redução da PEA dos pobres foi a elevação da taxa de desemprego”, frisa o Ipea. “Para os trabalhadores não pobres, a diminuição menor no total de desempregados foi mais do que compensada pela elevação significativa da PEA, justificando a forte redução na taxa de desemprego”, acrescenta o instituto.

(Valor)
 
 

Crise afeta desempregados pobres, revela o Ipea

Comunicado da Presidência mostra ainda que a desigualdade no  desemprego nas regiões metropolitanas brasileiras caiu nos últimos meses

                                                                                               Sidney Murrieta

O ingresso tardio do Brasil na crise internacional que acometeu o planeta há um ano impactou o mercado de trabalho, principalmente no início de 2009, mas o País reagiu de forma positiva. Voltou a gerar empregos de forma significativa, embalado pela maior ocupação da capacidade ociosa existente no setor produtivo..

A afirmação foi feita pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, ao apresentar na manhã desta terça-feira, dia 22, na sede do Instituto em Brasília, o Comunicado da Presidência nº 29, intitulado A Desigualdade no Desemprego no Brasil Metropolitano.

Segundo Pochmann, dados mais recentes mostram uma ampliação de investimentos que fazem com que o ritmo de criação de empregos possa durar mais tempo. Mas as dificuldades dos que perderam o posto e continuam desempregados prevalecem. “Especialmente entre os desempregados pobres, porque esses tendem a ter dificuldades maiores, mesmo com a escolaridade ampliada, até encontrar um emprego permanente”, ressaltou.

Pobre é definido como o indivíduo cuja renda per capita familiar não supera meio salário mínimo. Entre setembro de 2008 e julho de 2009, o desemprego entre os indivíduos não-pobres aumentou 7,3%.. No mesmo período, entre os pobres o aumento foi de 6%. Com isso, a desigualdade entre as duas taxas decresceu levemente.

O estudo mostra, no entanto, que a população menos favorecida financeiramente ainda é a maior prejudicada quando vai procurar emprego. “Os pobres melhoram a escolaridade, mas não conseguem se inserir no mercado de trabalho. O mercado de trabalho, nos empregos de maior escolaridade, é um funil. Temos um problema de oportunidade com as pessoas com escolaridade originárias de famílias pobres”, enfatizou o presidente do Ipea, lembrando ainda a diferença entre escolaridade e qualificação profissional.

A situação do emprego no Brasil, na visão de Pochmann, necessita de uma política de longo prazo que busque inserir o País internacionalmente em mercados que não demandem apenas produtos primários. “O ritmo de ampliação da escolaridade no Brasil, que vem ganhando força nos últimos anos, é maior do que o ritmo de criação de empregos”, observou.

O presidente do Ipea ressaltou ainda que a questão do desemprego e da qualificação no Brasil é de ordem macroeconômica. “Se o País se concentra em exportar bens primários, gera empregos de pouca qualificação. Ao exportar produtos de valor agregado cria empregos de maior qualidade e remuneração, sendo, portanto, um problema macroeconômico”, resumiu Pochmann.

O estudo considerou os dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE e apresentou comparações entre desempregados segundo gênero, faixa etária, escolaridade e renda. O Comunicado da Presidência nº 29 teve transmissão on-line e foi seguido de entrevista coletiva com a imprensa, no auditório do Ipea em Brasília.

 

Leia a íntegra do Comunicado da Presidência nº 29

 

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