11:12Noite de terror no McDonald’s

História curitibana contada pela jornalista Cris Rangel: 
 
Vamos supor que uma família – mãe, pai e menina de 9 anos – em plena segunda-feira atípica, resolve passar no drive-thru do Mc Donald’s das Mercês, às 20h20, pra pegar um lanche e levar pra casa. A atendente da segunda cabine do Mc diz pra mãe (e motorista): “A senhora por favor chegue mais pra frente e estacione à direita que já levamos o seu pedido”. A mulher obedece de pronto. O que ela não precebe é que naquela loja do Mc não tem um recuo decente para os carros pararem e esperarem o pedido. Assim, na tentativa de não atrapalhar os carros que vêm atrás, e que também vão ter que parar para esperar, ela pára interrompendo uma parte – apenas uma parte da calçada destinada ao trânsito de pedestres. Papo vai, papo vem dentro do carro, quando de repente um homem aparentando 40 anos vem diretamente na direção do carro (não, ele não desviou) e bateu com o tronco na altura do vidro da motorista que, óbvio, levou um tremendo susto. Não satisfeito com a agressão verbal à motorista, que tentou explicar que aguardava o lanche e que não tinha outro lugar para parar pois havia outros carros atrás, o homem começa a dar fortes ponta pés na porta traseira do veículo. O marido da motorista, um homem de 55 anos, cardiopata, desce do carro na tentativa de impedir que o sujeito continue a chutar o carro e é agredido também. Uma sucessão de socos, pontapés, óculos (nem pagos ainda) quebrados veio em seguida. Os “colaboradores” do Mc Donald’s nada fizeram para conter o agressor. Apenas alguns transeuntes tomaram a iniciativa de apartar a briga. O agressor, por sua vez, teve a coragem de dizer que nem havia criança no carro. E a menina sentadinha no banco de trás chorando muito, em desespero, vendo o pai ser agredido. Eis que então chega um oficial da Guarda Municipal, de moto, e pergunta o que houve e tenta entender a confusão. O agressor, não satisfeito, tenta agredir a motorista e só não o faz porque o guarda impede. Pois bem, parece ficção, mas não é. Aconteceu comigo e com minha família ontem à noite. Meu marido amanheceu com o nariz parecendo uma batata roxa. Minha filha não conseguiu dormir à noite, tamanho o susto. E eu ainda tremo ao lembrar da cara de maldade daquele homem, de seus olhos verdes enormes, vidrados (drogado? alcoolizado?) olhando pra mim. Só posso dizer que vivemos em tempos de barbárie e agressão gratuita. Em tempos em que as pessoas perderam completamente a civilidade. Só posso dizer que sim, ele poderia ter desviado do carro tranquilamente. Podia até ter me xingado, mas eu não tinha aonde parar e não precisava arruinar o patrimônio alheio que, por sinal, não caiu do céu! Fiz exatamente o que me orientou a atendente do Mc. E certamente não demoraria, como não demorou, dois minutos pra me trazerem o lanche. E, de tudo isso, fico pasma com a falta de atitude do pessoal do Mc Donald’s, com a falta se segurança na loja. O agressor, infeliz, descontou no primeiro idiota que apareceu as lamúrias, decepções e o stress da vida dele. Estávamos no lugar errado, na hora errada. É isso. Fica a lição e vamos, mais do que nunca, tentar manter a serenidade.

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