Aconchegar-me em seu peito,
como se protegido por asas, eu quero.
Faz frio, a noite é abissal e ameaçadora,
mas seu abraço é todo suavidade e acolhimento.
Deixa-me ficar assim feito forasteiro
encolhido entre lenhas, fogão e cinzas,
sonhando com dias de caminhos percorridos.
Prometo não volver meu olhar ao seu,
ficarei quietinho na amplidão da madrugada,
no líquido dos sonos,
respirando à beira dos segredos,
indiferente à eternidade que rola nas cachoeiras do céu.
Tudo o que peço é ficar aqui, próximo do coração
e da alma,
acariciando com mãos de esquecimento
a maciez do repouso.
de Zeca Corrêa Leite