da Filóloga do Passaúna:
Enquanto o governador Roberto Requião obriga os publicitários a traduzirem todas as palavras expostas nas propagandas em outros idiomas que não o tupiniquim, sob o risco de arcarem com pesadas multas pela infração, o portal da internet do governo do Estado sequer se importa em servir de exemplo. Já na primeira página de acesso, a gente dá de cara com “software” livre de tradução.
Até para falar com o governador, preenche-se um formulário no qual tem de fornecer o “E-mail”. Se continuar transitando nesse ambiente da internet, a gente acha a sugestão de outros “sites”, a indicação de vários “links” e pode ler que alguns serviços estão disponíveis integralmente na “Web”. Tudo sem tradução.
A minha santa vovozinha, que Deus a tenha, daria um belo puxão de orelha no Sr. Requião e lhe conferiria, com toda a sabedoria adquirida na escola da vida, o seguinte conselho: “Se você quer que os outros o sigam, dê o exemplo”. Na verdade, já imagino a mulher dizendo ao déspota supostamente esclarecido: “Faça por onde”.
Ela arrepiaria os cabelos grisalhos, enrolados nos bobies, se presenciasse o furdunço causado pela Lei Estadual nº 16.177/09 que proíbe os estrangeirismos. E olha que vovozinha era quase um Policarpo Quaresma! Mas a indignação viria apenas e tão somente do fato de constatar a falta de coerência de quem prega uma coisa e faz outra. Mas, pelo visto, essa angústia é mesmo coisa do arco da velha!