10:55Batatinha quando nasce…

por JamurJr.
 
De repente surge na telinha um cidadão falando meio mole e recitando um texto como quem esta tentando se livrar de alguma coisa. Um insert revela que o “garoto propaganda” é, na verdade, o gerente de uma farmácia no bairro Xaxim, em Curitiba. No mesmo intervalo e recitando como fazem crianças com o  tradicional “batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão”, uma adolescente faz ofertas de um supermercado. Dá a impressão de que é a filha do proprietário, provavelmente mais interessado em atender o desejo de fama passageira da menina do que verdadeiramente “vender o seu peixe”. O dono de uma ótica fez o mesmo, ganhou fama e até montou uma dupla sertaneja (com baixos teores de talento) e continua na telinha vendendo (ou pretendendo vender) óculos a preços baixos. É cada vez maior o número de “artistas de ocasião” à procura de um espaço para se tornar conhecido. Diz o  filósofo inglês Bertrand Russel em seu livro “Elogio ao Ócio”  que duas coisas são permanentemente perseguidas pelo homem: poder e admiração. Creio que a admiração ganha de goleada. A popularidade conquistada  através dos meios de comunicação faz bem ao ego – e em muitos casos alavanca carreiras políticas. Os anônimos de hoje, que amanhã serão conhecidos por suas aparições na tv, ou programas de rádio, só têm a ganhar. Quem perde com isso é o anunciante, que entrega a imagem de sua empresa a pessoas sem qualificação profissional e os próprios profissionais que perdem espaço para os “loucos por fama”. Basta ligar o aparelho receptor para constatar o desfile de gente falando com entonação de criança recitando versinhos na festa da escola. Foi-se o tempo em que para ser locutor era preciso saber falar com boa entonação, inflexão, ritmo e uma voz pelo menos agradável.

 

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4 ideias sobre “Batatinha quando nasce…

  1. Taylor Santos

    Lastimàvelmente, o Jamur está coberto de razão. Ainda, quem contribui para essa constatação, foi a recente afirmativa do global MIguel Falabela; que a idade média mental do brasileiro é de 09 anos. Dá para supor e, até mesmo aceitar, que uma afirmativa desse teor deve estar amparada em alguma linha de pesquisa da emissora em que atua. Principalmente pelo nível de programação infantil que oportunisam; tais como “Mais Voce” onde utilisam um fantoche de papagaio e a maioria expressiva de telespectadores entendem que ele vive e é inteligente.
    Fazer o que???
    È o jeito que a coisa tá!!!

  2. jeremias bueno

    Perfeito!

    É um insulto ao telespectador-consumidor-contribuinte-usuário-trouxa-mané o bombardeio de péssimos comerciais veiculados nas diversas emissoras.

    No entanto, não vejo como impedir isso.

    Esperar pelo bom senso é o que nos resta.

    “Isto sim é renovar”.

  3. Ilana Aguiar

    Não sei o que é pior: o povo acreditar que o papagaio é de verdade ou que a Ana Maria Brega (que em uma capa de revista ensina o que faz para parecer uma menina) é um exemplo a ser seguido. SOCORRO. LULA e suas asneiras e ANA MARIA BREGA e seu modelo de vida. AI.

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