Do ombudsman:
Está certo que o homem era poderoso, mas a edição de hoje da Gazeta do Povo deve ter quebrado o recorde mundial em páginas dedicadas a uma personalidade – no caso, o dono do diário, Francisco Cunha Pereira, que morreu ontem. Juntando o grande espaço ocupado na capa, mais as três páginas do primeiro caderno, escritas ontem, e os dois cadernos especiais que estavam prontos, pois ele estava muito doente há tempos, chega-se a incríveis 36 páginas.
Só por conta disso, não puderam publicar mais novidades sobre a interdição do almoxarifado de medicamentos que o promotor Fuad determinou lá na Prefeitura de Ponta Grossa.
Que pena!
Eu tenho certeza de que quando voce morrer nao tera nenhuma nota de pe de pagina. Digo certeza. O motivo eu nao sei…
a vida – a sua, a minha e a de muitos outros que militam (vam) no jornalismo – não valem o preço do papel de 36 páginas!
rimando e resumindo: quem faz a imprensa não pensa, paga.
Olha o despeito gente… O Sr. Francisco era homem poderoso sim, com 40 anos de competência como empresário. Se vc aí conseguir ser igualmente compotente e querido, com certeza terá as “36 páginas” tbém. Capriche!!!
Perguntaram pro Danielzinho Chupa Cabra aqui de Barra do Jacaré, o que ele queria ouvir quando estivesse esticado numa mesa, um castiçal em cada canto, narizinho cheio de algodão, mãozinhas cruzadas enroladas com um terço, terno da formatura do tiro de guerra de Jacarezinho. Ele nem pensou duas vezes: “Olhem, ele está se mexendo…”
O fato inconteste é que ali não se continha nem uma palavra inútil.
Como diz um grande amigo. Muito do que se publica nos jornais não passa de crime ambiental. Nesse caso, de fato, exacerbou-se a expressão. Quanta árvore derrubada inutilmente. Ninguém leu. Se leu, não muda nada. A vida é uma nhaca, não?
Jornalista que escreve “a vida não valem” tem de ter o registro cassado.
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Sobre o Dr. Francisco, faltou um caderno contando como ele bajulava os governantes e empresários para obter verbinhas e como censurava seus profissionais, da Gazeta e da TV (chegava a ligar de Tóquio pra derrubar matéria).
Dr. Francisco, homem sempre cordial e afável com seus subordinados, amigos e bajulados, foi, infelizmente, a vanguarda do atraso da imprensa paranaense. Teve muitas qualidades, por certo, mas o saldo é negativo. Eis um tema para os historiadores: o Roberto Marinho da Praça Carlos Gomes.
Se abrir os arquivos da ditadura iria faltar papel
Quem está contando a verdade? Ou…quem está faltando com ela?