9:47Outros carnavais

Enviado por Zé Maria Correia, delegado de polícia e ex-presidente da Paraná Previdência, em forma de comentário:

Que saudades dos velhos carnavais curitibanos! E quando digo velhos ainda não me refiro aos melhores , os das décadas de 1940 a 1960 . Os carnavais das décadas de 1970 e 1980 contemplaram grandes bailes populares, e os que mais rompiam com o moralismo (falso) dos curitibanos eram os do Operário e os do Batelzinho, com os concursos de fantasias dos travestis e o das lindas mulheres imortalizadas como “Bem Boladas” pelo jornal Tribuna do Paraná. Guardo dessas épocas memórias maravilhosas e grandes recordações desses bailes. Entre os frequentadores  do Batelzinho e do Operário havia de Desembargadores a médicos ilustres, autênticos foliões, professores da Universidade e toda a fina flor da noite curitibana, garçons , gigolôs, cáftens , putanas , cafetinas , delegados (eu entre eles), jornalistas, políticos, deputados, etc. O único problema era contornar a probição das patroas, esposas,etc.; o restante era só festa, alegria , diversão e bom humor . Milhares de pessoas vinham de outras cidades e de outros Estados do Brasil curtir nosso carnaval de salão. Havia bailes para todos os gostos e todos os bolsos: do Atlético ao Coxa, do 13 de Maio ao Graciosa , do Curitibano ao Santa Mônica, ao Literário, ao Dom Pedro II e ao Água Verde. As casas noturnas investiam na beleza e no glamour das suas concorrentes e era uma “briga de cachorro grande” entre Quatro Bicos e Stardust , entre Metrô e Lidô e tantas outras . A Tribuna esgotava na segunda-feira cedo com as fotos das concorrentes, isto sem falar no sucesso da Banda Polaca do Dante e tantas e tantas outras lembranças de um carnaval que já foi uma festa e tanto para ninguém botar defeito.

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7 ideias sobre “Outros carnavais

  1. Sergio Malucelli Cel

    Caro Ze Beto:

    Sou leitor assiduo do seu blog, e nãp poderia de comentar a respeito do que o meu amigo Zé Maria escreveu, realmente da muita saudade e nos leva a lembrar o quanto era divertido no nosso carnaval.
    Abs
    Cel Malucelli

  2. ISAAK

    Zé Maria,
    Só acrescentar, em colaboração ao seu oportuno comentário.
    Tenho vivo na memória a figura do “Tatu”, que fez do Operário seu “santuário do samba”, como costumava dizer.

    Pessoalmente, procurava manter a ordem no salão. Candidatas “Bem Boladas” e “A mais linda Boneca” (travestis) não eram importunadas. Quem não se comportava no salão, fazendo sacanagem, era sumáriamente colocado fora do clube.

    “Aqui, mulher pode vir de hiper-mini-saia, dançar a gafieira, bater coxas…mas, putaria não permito”….palavras de ordem (e sempre cumpridas) do saudoso “Tatu”.

  3. Osdrovaldo

    Que bom que esse tempo não volta mais.
    Uma fase que passou.
    Foi-se, já era.
    São imagens que se juntam à “Turma da Saldanha”, ao Natal da HM e do Prosdócimo etc etc…

    Que bom que o mundo muda.

  4. jeremias bueno

    O Carnaval de Curitiba acabou quando o curitibano médio comprou a idéia, vendida fartamente pela grande mídia, de que carnaval tem que ser passado na praia e que música de carnaval já era, devendo o pretenso carnavalesco muderrrno consumir porcarias como sertanojo, falsa gáucha, axé e outras tolices, em geral se entupindo de escóu, novesquim, e o capeta, até perder por completo a dignidade.

    Só há uma solução ao distinto cavalheiro: Ao Distinto Cavalheiro!

  5. Roberto Alvarenga

    Epa!!!!
    Coronel, delegado…… que festa, hein????
    Por favor, não generalizem. Não são todos os policiais que faziam esta farra….

  6. Edmond Dantes

    Lendo o comentário do Zé Maria Correia, uma película passou no cinema da minha cabeça. Que saudades! Parabéns Zé Maria, acertou em cheio. Nesta época eu gostava de carnaval.

  7. Zé Mané

    O Zé Maria Correa está cheio de razão. A causa da quebradeira começou com um certo “japa” que, sem ginga nenhuma, resolveu acabar, ou despretigiar, a festa. Curitibano gosta sim de carnaval mas onde está o apoio dos bunda mole? Um dia algumas empresas podem resolver bancar o negócio e vamos ver como essa turma de “mancos” vai se comportar. Tudo que o Zé Maria falou é questão de tempo prá voltar para isso basta essa turma que comnda a cidade a porrilhões de anos seja derrotada. Aí, meu, será alegria pura.

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