13:05Para Oldemar Kramer

Oldemar Kramer era mais do que uma voz para o beque aqui. Neste ano em que a Rádio Clube Paranaense, a mitológica B2, é apagada, ele me apronta essa de partir na véspera do Natal. Provavelmente nos encontramos algumas vezes nestas três décadas em que trabalho por aqui, mas, para mim, ele sempre foi aquela voz fundamental que me ajudou durante anos, nas noites de domingo, a produzir o famoso Tabelão da revista Placar, talvez uma das seções mais lidas da revista semanal de futebol, pois dava a ficha completa de todos os jogos dos campeonatos estaduais deste imenso Brasil. E quando ele não dispunha de algum dado de jogo do interior, ah, quantas vezes ajudou fornecendo telefonemas de quem poderia ter. Nesta tarefa, onde tive a companhia de dois futuros jornalistas de primeira, o saudoso Julio Alipio Beghetto, depois de Silvio Lohmann, hoje assessor da presidência da Fiep, nos valíamos, além do rádio, do famoso gravador de fita cassete, para registrar os dados enquanto mandávamos bala no texto da cobertura do jogo de Curitiba, depois enviado a São Paulo por aquela máquina chamada telex. O rádio, aliás, era sempre colocado numa altura que provavelmente atrapalhava a vizinhança do escritório da Editora Abril na rua Fernandes de Barros, quase esquina com a rua XV. E a voz de Oldemar Kramer tinha aquela coisa especial que, hoje acho, só poderia transmitir dados sobre este esporte mágico. Ele, para mim, foi tão marcante para mim como foram os narradores Edson Leite e Pedro Luis, da rádio Bandeirantes, na transmissão das Copas do Mundo de 58 e 62, e o grande Mario Moraes, comentarista da TV Tupi. Meio século de profissão fizeram de Kramer uma lenda, principalmente pela precisão dos dados transmitidos. Ao narrar nomes, números, acontecimentos de uma partida, dava ao que parece ser uma ficha fria, a exata dimensão do quanto vale uma informação. Se não pude te agradecer, Kramer, pelo que me ajudou durante anos, esta é uma singela homenagem no seu adeus.

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3 ideias sobre “Para Oldemar Kramer

  1. Reinaldo Bessa

    Tive a honra de trabalhar com o velho Kramer na B2 no final do anos 70, sob o comando de Carneiro Neto. Ele no esporte, eu na geral. Era um paizão, boa praça, sempre disposto a ensinar aos mais jovens e mesmo por trás daquela carranca, era um sujeito de riso fácil.

  2. andre luiz matias miranda

    eu trabalhei em rádio em londrina há muitos anos atrás como rádio escuta e sempre acompanhava os jogos e escutando o oldemar kramer e seu vozeirão e a precisão que nunca falhou e essa época era do lombardi júnior no comando da B2 e a precisão era certeira 100% e principalmente passando os resultados para o plantonista. obrigado oldemar kramer

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