Uma cena do início da tarde, flagrada pelo repórter andarilho:
“15:32 desta terça-feira. Ao lado do novo Palácio das Araucárias, ele passeia. Lentamente. Observa o piso petit-pavê. Parece que contar as pedras do chão. Levanta a cabeça, vira para o lado para fugir da luz direta do sol. Um leve vento chega e remexe um pouco o paletó desabotoado. Os passos continuam lentos. A entrada do palácio se aproxima. Parece um simples funcionário público que hesita em retornar ao batente depois do almoço. Mas a hora chega. Então ele sobe a rampa em espiral, mais lentamente, e entra. É Rafael Iatauro, o poderosíssimo secretário Chefe da Casa Civil do Governo”
o tiozinho ainda deveria estar cantando ” tô nem aí, tô nem aí…”
Menas, Zé Beto, menas. Nesse governo que aí está não existe nenhum, repito, nenhum secretário poderoso. Existem os que ouvem barbaridades e talvez movidos por um desejo de auto-mortificação, vão ficando. O instantâneo tão bem captado e relatado por você (a propósito, o que um rapaz como você fazia em região tão insalubre?) pode até ser, digamos, um momento de reflexão, do tipo “Senhor dos Exércitos, em que esparrela eu fui cair a esta altura da vida…”.
Caro Prudêncio, apenas esclarecer que o texto não é meu. O repórter andarilho não o beque aqui. Apenas não quis se identificar para evitar, vamos dizer, problemas trabalhistas. Obrigado. Saúde.