14:27Hipocrisia oficial

Texto de JamurJr.

O juiz Evandro Camparotto, de Arapongas, norte do Paraná, ao julgar crime eleitoral em que o PMDB pedia condenação de um candidato a prefeito, acusado de distribuir cestas básicas, verificou que não havia nada suficiente para condenar ninguém.

Em sua sentença o juiz apontou suas razões para o julgamento do caso: “Seria hipocrisia extrema censurar alguém pela entrega de uma “fraquinha cesta básica, se é que ocorreu, quando o próprio Governo Federal, via programa Bolsa Família, criou um autêntico curral eleitoral de algo em torno de 10 milhões de famílias”.

Clara e lúcida sentença que tornam mais visíveis ainda os péssimos exemplos que chegam de Brasília.

A compra disfarçada de votos no Brasil sempre existiu e dificilmente deixará de existir. Antigamente o candidato distribuía o pé esquerdo da botina antes da eleição e o direito após sua realização; pagava contas atrasadas e patrocinava viagens. Outros faziam a famosa corrente na boca da urna, distribuindo dinheiro vivo aos eleitores.

Hoje essas modalidades estão sendo deixadas de lado por não conseguirem concorrer com os poderes maiores, que através de mecanismos legais deixam grande parte da população carente dependendo das “bolsas” e outros auxílios que chegam fantasiados de “ação social”.

O comércio de votos vai continuar existindo, infelizmente. O que muda é a forma de pagamento.    
 

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