17:00Um itaú de vantagem

A prisão da quadrilha de hackers que, informa-se, desviou R$ 10 milhões de contas bancárias, faz lembrar a história recente do jornalista que teve sua conta invadida pela internet. Como era brasileiro, ou seja, durango em tempo real e sempre com saldo negativo no cheque especial, os malacos fizeram um empréstimo e transferiram o capilé para fora do Estado. Para sacanear, parcelaram o papagaio em 36 meses. Grana boa, coisa de R$ 3,5 mil. A vítima foi ao banco, cumpriu toda a rotina pedida, ou seja, registrou a ocorrência na polícia, escreveu carta de próprio punho relatando o ocorrido e ficou no aguardo da resposta. Um mês depois o banco mandou ele pagar e não bufar. Ele bufou. Entrou na Justiça pedindo ressarcimento por danos morais, afinal, é cliente da casa bancária há muitos anos, tinha outros três empréstimos que pagava religiosamente, pois eram descontados automaticamente, etc e tal. Quando o doutor juiz deferiu a liminar para suspender o pagamento das parcelas, o coitado já tinha nove do roubo do dinheiro do banco, ou seja, quase R$ 2 mil. Em casos parecidos, a casa bancária devolve automaticamente o que já foi pago até que o julgamento do mérito decida a questão. Neste, o banco entrou com recurso, reteve o dinheiro e, mais, conseguiu algo inédito e surreal: o juiz determinou que a questão só será resolvida depois de o surrupiado ter liquidado todo o empréstimo. O jornalista entrou com recurso no STJ. Neste meio tempo, ganhou um grana extra, liquidou os três empréstimos que fez naquele banco e só não fechou a  conta porque há a pendência judicial. O banco é um itaú de vantagem.

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