Funciona assim o lance das grandes locadoras que “vendem carros” para os grandes e interessantes dos governos a quem alugam centenas de veículos. Parte-se da constatação de que um carro tem seu valor contábil depreciado em 20% ao ano. Assim, a cada 5 anos uma frota vale, contabilmente, zero. Ocorre que, como todo mundo sabe, um carro com 5 anos de uso vale mais ou menos 50% do seu valor de “novo”. O que fazer? Pegue-se um Scénic 2002, por exemplo, que zero quilômetro custa uns R$ 60 mil, usado uns R$ 30 mil e, contabilmente falando, zero real. A quem interessar no governo ou na autarquia, ele pode ser negociado a R$ 5 mil. Todo mundo fica feliz. Tudo certo, legal. E assim caminha a humanidade.
Ah, essa imprensa independente!
Em nenhum veículo de comunicação se está associando o escândalo da Urbs ao Beto Richa. O nome dele nunca é citado, nem de leve.
No recente escândalo Ezequias, ainda não contornado, o procedimento é o mesmo.
Se fosse no Planalto Central, já teríamos um coro de fariseus e meninas do Jô reclamando que Lula nunca sabe de nada.
Em tempo: e cadê a apuração do escândalo da Urbs no tempo da dupla Taniguchi-Beto Richa, em que a empresa vendia vales-transporte sem lastro, para forjar balancetes e enriquecer uns e outros. Era uma verdadeira casa da moeda municipal livre, leve e solta. Será que não é mais?
Cansei.