É a melhor briga pelo poder da Fiep dos últimos anos. Hoje o deputado Luiz Claudio Romanelli rasgou a fantasia e foi ao ataque, no plenário da Assembléia, defendendo as cores que o governador Roberto Requião defende: a da chapa encabeçada pelo empresário Alvaro Scheffer, que é Oposição. O líder do Governo desenterrou as denúncias que levaram as contas das gestões de 2003, 2004 e 2005 de Rodrigo da Rocha Loures, candidato à reeleição, ao Tribunal de Contas da União, depois de levantamento feito pela Secretaria de Controle Externo (Secex/PR), que tinha colocado uma lupa no Sistema Fiep desde as trapalhadas do falecido José Carlos Gomes de Carvalho, o Carvalhinho. “Não há como afirmar que houve qualquer desaprovação da prestação de contas. As contas ainda estão sendo julgadas”, afirma o procurador jurídico do Sistema Fiep, Marco Antonio Guimarães. De fato, elas não foram desaprovadas, mas a Controladoria Geral da União (CGU) produziu pareceres que faz ressalvas e pede esclarecimentos sobre o que considera “erros na forma de utilização dos recursos”. “Não há qualquer acusação de desvios de recursos ou outros problemas que justifiquem a desaprovação”, explica Guimarães. No entender de um graduado funcionário da Secex, ainda vai levar tempo até o TCU decidir sobre tais contas. “Mas o TCU é como um tanque de guerra velho: anda devagar, mas não pára e tanto pode passar por cima como não incomodar ninguém”. Entre alguns caciques da chapa encabeçada por Rocha Loures, a lebre levantada por Romanelli hoje é notícia velha e desespero de causa. De fato, a maior parte das denúncias apresentadas apareceu numa reportagem publicada no início do ano passado pela Revista Capital – e Rocha Loures não se recusou a responder todas elas. Por isso, durante o dia, na sede da Fiep, surgiu um termo para definir a catalinária do líder do governo: “merda seca”.