Os bancos continuam batendo recordes de lucro. O Itaú faturou R$ 4,016 bilhões no primeiro semestre, 35% a mais do que no mesmo período no ano passado. O Bradesco embolsou R$ 4,007 bilhões. A maioria do povo brasileiro que tem conta em banco está devendo as calças no cheque especial e paga taxa até para respirar o ar das agências. Se alguém ainda tem alguma memória, deve se lembrar que, no início do governo Lula, falou-se muito no “espetáculo de crescimento”. Não houve enganação. Taí os números das duas maiores casas bancárias privadas do país.
Zé Beto, recordar é viver. Duas estratégias preparadas pela ditadura militar e colocadas em prática assim que os milicos volveram aos quartéis. A primeira: evitar que eles, milicos, fossem julgados e condenados após a debandada. Deu certo, quando, na verdade, deveriam estar todos na cadeia. A segunda estratégia: dar a empresários, fascistas de preferência, e melhor ainda se tivessem horror à esquerda e aos humildes, a manipulação dos meios de comunicação, principalmente rádios e tvs, que formam opinião pública mais rapidamente, são impactantes (coisa que não ocorre mais, a tal da formação da opinião pública, caso contrário o
Alckmin, aquele que liberou a fiscalização das obras do metrô, teria sido eleito). Resultado desta segunda estratégia: mais de um terço do Senado e da Câmara é proprietário de emissoras de rádio e tv.
Outra coisa: se o Renan é dono de rádio, não consta na Junta Comercial de Alagoas nenhuma emissora nem no nome dele e nem no de sua família. Ao contrário dos outros, onde as famílias mandam e desmandam no setor de cada estado. Collor é dono da emissora que retransmite a Globo nas Alagoas, Sarney no Maranhão, família ACM em Bahia e por aí vai.
Mais uma coisinha: a revista V eja teria de ser investigada pelo MP porque, mais uma vez, não mostrou documentos que provassem o que diz sobre o Renan, que não é nenhum santo, mas é igual aos outros. Democracia, Zé, é justiça, direitos e deveres iguais para todos. Se investiga um, investigue os outros também.
Só mais uma recordaçãozinha: o Diogo Mainardi notabilizou-se nos anos 70 por, junto com Bóris Casoy, entregar jornalistas que eles consideravam comunistas nas mãos do DOI-Codi, em São Paulo, mais precisamente nas mãos do delegado que aterroziva a esquerda: o hoje senador Romeu Tuma, corregedor do Senado.