Como esperado, o primeiro guru enviou resposta nesta saudável guerra entre partidários da possível vitória de Gleisi Hofmann em 2008 e os que acreditam na permanência do tucano Beto Richa como prefeito de Curitiba. Acompanhem. Faz bem à mente. Ah, sim, e damos por encerrado, por enquanto, o primeiro round deste embate. 

“Guru que se preza, na falta do que fazer, não diz asneira. Lição básica. O indivíduo olha os índices de rejeição (Beto, exposto o tempo inteiro a chuvas, trovoadas e céu claro, 11,9%, e Gleisi, desconhecida de boa parte da população, 8,3%) e acha que a candidata do PT está em condições de “atropelar” na eleição para prefeito de Curitiba. Miopia? Não, militância.

Em eleição, não há “teto” pré-definido, ainda mais a 15 meses da data prevista para o eleitor ir às urnas. Ter 50% das intenções de voto, como o Beto tem, não é e nunca será problema. É solução. Vamos aguardar a campanha começar. Sem estresse, sem ansiedade e sem falsas teses.

No caso da rejeição, é o mesmo que atribuir ao reverso pinado a única causa da queda do Airbus da TAM. Veja só: toda a rejeição que poderia caber ao Beto, nesse quadro com os candidatos pesquisados, já está manifestada. Quanto à Gleisi, não. Ela ainda tem potencial para crescer na rejeição.

Mas o que ganha mesmo eleição é voto. E nesse quesito, não há mala de Itaipu que dê jeito. Nem da Caixa. Ou do BB. Ou da Petrobras. Até porque o eleitor não é bobo. Cansou do PT e de suas artimanhas.

A polarização entre PT e PSDB é até natural, em razão de serem estes os dois mais importantes partidos no cenário nacional. Logo, não é mérito da Gleisi. Antes, ela terá que superar o pré-candidato Rubens Bueno (hoje está atrás dele!) para depois tentar polarizar a eleição. Mais: a Gleisi vai ter coragem de usar o Lula e sua língua solta – ou plesa? – na campanha de 2008? O quadro nacional não é lá tão favorável ao PT.

Recém-saída de uma eleição, a turma da Gleisi não deve estar entendendo os motivos de seu fraco desempenho na primeira pesquisa. Explica-se: eleição para o Senado é, sim, muito diferente de eleição para prefeito. No ano passado, a candidata do PT surfou na onda anti-Alvaro em Curitiba. E, admita-se, até conseguiu algum sucesso. Mas agora ela não vai mais enfrentar o Alvaro Dias. Vai ter pela frente um prefeito que está de bem com o povo, com administração comprovada e aprovada.

E a Gleisi, vai mostrar o quê? Vai propor a “humanização” da gestão pública? A necessidade de “inovar”? Vai galopar os “feitos” do governo Lula no Paraná? Que feitos?

O Beto não tem que explicar qualquer vínculo com a turma do Jaime Lerner simplesmente porque não tem nenhum. Assim como não pertence ao grupo do Cássio Taniguchi.

O Beto é a cara nova na política (esperança), goste ou não a turma do PT. O Beto tem vida própria, luz própria. É de outra geração, diferente da turma do Lerner ou do Taniguchi. Pensando bem, até gostaria de ver o PT embarcar nessa linha de raciocínio. Seria hilariante.

O contra-ataque seria previsível: a Gleisi teria que explicar suas ligações com o ex-ministro José Dirceu e a amizade com Delúbio Soares. Sinceramente, eu não gostaria de ver esse filme passar novamente. Foi muita sujeira entrando na casa dos curitibanos e brasileiros.

Devagar com o andor, guru. Exercício demais causa estresse – ou seria pura imaginação?”