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10:10JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

E se o vertedouro de dinheiro que a Itaipu vai despejar em Belém fosse desviado para o Rio Grande do Sul, junto com um pool de estatais e bancos de desenvolvimento, alguém reclamaria?

9:40Memória 

de Mário Montanha Teixeira Filho 

Era um dia de sol do meu passado, 

eu num canto qualquer da memória, menino a contemplar uma casa antiga. Eu via, havia o dia que era de sol, 

presente da natureza, imensidão que se exibia  aos meus olhos assustados. 

Muitos dias assim se passaram e eu não percebi  (perdido dentro de mim, larguei meus sonhos na noite misteriosa, no silêncio obediente, e esperei o cansaço tomar conta de tudo). E ele, o silêncio, se espalhou, me venceu, até que os meus olhos se acomodaram na esperança talvez de que o futuro 

ainda me conceda tempo de ver 

voltar o dia de sol do meu passado.

9:37Começou em Porto Rico

Do Goela de Ouro

Uma casa com jet-ski na garagem no paradisíaco Porto Rico já estava na lupa de quem não dá ponto sem nó, ou seja, vários parlamentares. Ela pertence a um chefe de gabinete de secretaria importante. Agora uma varredura nas atividades do personagem captou uma suposta ligação dele com uma empresa de limpeza que há vários anos presta serviço na secretaria da Educação. Se aí tem ou não tem, é de se provar, mas o reboliço nos bastidores aumenta a cada dia.

9:31Cadê?

Da coluna de Leandro Mazzini no jornal O Sul

Cadê a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), moradora do bairro nobre Tristeza, em Porto Alegre. E o dinheiro do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como “banco dos Brics”, que ela preside, para ajudar o Rio Grande do Sul?

8:31Bonner

Ao ver William Bonner dizer, ao vivo, de Porto Alegre, no Jornal Nacional, que a tragédia que devasta o Rio Grande do Sul é culpa do aquecimento global, o Gaiato da Boca Maldita virou bicho: “Isso até eu sei. Se foi pra dizer isso, deveria ficar no estúdio asséptico da Globo no Rio”.

8:20Faltou embargo?

O processo para julgamento do senador Sergio Moro está voando a jato no TSE. Advogados que conhecem tudo e mais um pouco do trâmite acham que a defesa poderia pedir embargo de declaração no TRE/PR, mesmo com o resultado favorável pela não cassação do mandato. A tese é que, assim, haveria uma protelação e o ex-juiz federal e ex-ministro enfrentaria o tribunal sem a presença de Alexandre de Moraes como presidente.

7:54Nova mudança

Os novos secretários da administração de Ratinho Junior sabem que, à exceção de Norberto Ortigara na Fazenda, estão garantidos até o final deste ano. Depois, o que deve acontecer é a chegada de prefeitos que fazem parte do time do governador e vão deixar o poder municipal. Será uma nova mudança. Isso é política!

7:37Reclamação

Do Goela de Ouro:

Cena inusitada na sessão de ontem na Assembleia. Deputados se uniram para reclamar do (não) andamento de seus projetos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). As queixas partiram de deputados de diferentes idades e matizes. A poderosa comissão é presidida pelo deputado Tiago Amaral, pré-candidato a prefeito em Londrina.

7:00A polarização nos encaminha para o fim do debate público

por Joel Pinheiro da Fonseca, na FSP

Cada formador de opinião fala quase que unicamente para quem está do mesmo lado

Por mais que os progressistas desejem e sonhem com isso, os quase 50% dos votos válidos para Bolsonaro não desaparecerão tão cedo, e boa parte deles será transferida para algum candidato que tenha o apoio de Bolsonaro. Resta saber se será tão extremista quanto ele ou se será mais moderado.

Independente de quem seja, a própria discussão sobre se é possível alguém próximo de Bolsonaro ser menos extremista do que ele já salientou um fato inescapável: a polarização continuará dando as cartas no debate público. Ou seja, a visão do outro lado como irremediavelmente maléfico —ou, na hipótese mais caridosa, burro— veio para ficar. Qualquer reação que não seja o combate irrestrito a tudo que o outro polo representa é tida por suspeita.

O efeito dessa polarização é que há cada vez menos debate real. Cada formador de opinião —conceito que está cada vez mais fluido, dado que hoje todo mundo pode se fazer ouvir nas redes— fala quase que unicamente para quem está do mesmo lado. Seu papel é menos o de levantar discussões e mais o de jogar para a torcida. Entregar ao torcedor motivos engenhosos pelos quais o seu lado está sempre correto e —ainda mais importante— o outro lado é perverso. Na medida em que é bem-sucedido, consegue os aplausos e o engajamento.

Nas poucas ocasiões em que o conteúdo gerado para um dos lados da polarização chega ao lado contrário, é apenas para servir de espantalho. Um dos recursos favoritos do brasileiro para evitar discutir qualquer assunto importante é a confusão entre rotulagem e refutação. A insinuação de intenções perversas é o bastante para desqualificar um argumento sem ter que respondê-lo.

Ao classificar um adversário como pertencendo a uma categoria indesejável, não é mais preciso refutar diretamente nada do que ele diz. Na esquerda, os grupos malditos são burgueses, neoliberais, reacionários, fascistas. Na direita, elitistas, globalistas, woke, comunistas. Em ambos os casos, o que move o adversário são interesses inconfessáveis e não qualquer fato da realidade. Basta colar um desses que o público-alvo saberá reagir de acordo.

Por trás desse tipo de argumento está a pressuposição de que a realidade já é conhecida, basta pertencer ao lado bom para aceitá-la. E quem pertence ao lado mau seguirá empedernido no erro que lhe é conveniente. Com essa lógica, as convicções ficam cada vez mais extremas; as posições políticas cada vez menos negociáveis. E a perspectiva da vitória do adversário cada vez mais apocalíptica. No limite, as palavras perdem qualquer capacidade de persuadir, restando apenas o recurso final às armas.

E, no entanto, não conseguimos abrir mão das palavras. É necessário não apenas vencer, mas ter razão e mostrar que se tem razão. Existe uma realidade que pode ser em alguma medida conhecida pela razão humana? Se não existe, então as palavras não passam de um artifício enganador e não há por que perder tempo lendo, falando e escrevendo. Se existe, então a identidade ou mesmo os supostos interesses do interlocutor jamais serão suficientes para se avaliar um argumento, e pode bem calhar de aquela pessoa que consideramos a mais pérfida estar certa em algum ponto e, nós, errados.

No passado, o ajuste e a moderação do debate público dependiam de editores capazes de avaliar o que era ou não digno de chegar às massas. Hoje, cada um é seu próprio editor e nada mudará isso. E a única coisa que pode evitar a completa desagregação social é a disposição de cada um de não ceder aos encantos da certeza moral.

16:15JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cívico

Mais uma na Lava Jato. Reportagem da FSP informa que o relatório da Polícia Federal utilizado no afastamento da juíza Gabriela Hardt coloca em xeque todas as delações da operação. Mais um pouco e os procedimentos da turma serão utilizados nas faculdades de direito na cadeira sobre o que não fazer.

15:36Vertedouro eleitoral

Da coluna de Leandro Mazzini no jornal O Sul

O general Luna e Silva, ex-diretor da Usina de Itaipu no Governo Bolsonaro, filiou-se ao PL e será candidato a prefeito de Foz do Iguaçu. Vai disputar com candidato apoiado (discretamente, claro) pela atual gestão petista da binacional.