7:47A epidemia do crack

Por que a epidemia do crack se alastra incontrolavelmente em Curitiba, Região Metropolitana e no Interior do Paraná muito mais do que nos outros estados do Sul do País? Aqui não há grandes traficantes, como no Rio de Janeiro, onde estes controlam a droga e sabem que, comercialmente, o crack é um problema porque mata o dependente mais rapidamente e o controle dos “aviões” é muito mais difícil. A rede de pequenos traficantes do Paraná substituiu o comércio da maconha pelo do crack utilizando viciados como escravos para vender a droga. Os assassinatos acontecem porque o “avião” perde o controle e consome todo o produto que deveria ser vendido. São mortos, junto com a família, para que o traficante mostre aos outros o que pode acontecer. Dependentes de crack muitas vezes são utilizados como “anjos da morte” em troca de meia dúzia de pedras. Fazem isso sem pestanejar porque a “necessidade” da droga fala mais alto e perderam qualquer tipo de referência. As chacinas em Curitiba e Região Metropolitana começaram a acontecer exatamente quando proliferou o “varejo” desta droga proliferou. A polícia é inoperante diante do problema. Não há política pública abrangente para tentar barrar a situação. A condição social da periferia serve como combustível para a propagação da epidemia. A chamada sociedade também não quer olhar de frente para esta chaga. No andar de cima, o uso da cocaína, por exemplo, é escancarado e considerado normal. Uma paciente de um médico espececialista no assunto que mudou-se para Brasília revelou que na capital federal não achou a droga da sua preferência. Em Curitiba ela tropeçava no pó branco em qualquer balada. Ao contrário do que se imagina, o crack também está chegando à cobertura. E quem fuma a pedra, não volta a cheirar. A diferença é que, para quem tem dinheiro, há vagas em clínicas particulares. Para a turma do andar de baixo, não há vagas nos poucos locais públicos de tratamento. A estes, a morte pela droga ou pela violência, é apenas uma questão de pouco tempo.

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