Um assessor de Beto Richa disse hoje cedo, quando do anúncio da pré-candidatura do deputado federal à prefeitura de Curitiba, que haveria grande novidade ainda durante o dia em relação ao assunto. Foi calculadamente modesto. Naquele momento o ex-governador já tinha falado com Waldemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e estava entrando numa sala para se encontrar com o ex-presidente Jair Bolsonaro para selar uma aliança que em política pode ser traduzida com a frase de que em política até boiada pode voar. Até o final desta tarde bate o martelo para se filiar ao PL ou, na menor das hipóteses, continuar no PSDB, que respira por aparelhos, e entrar com tudo na disputa numa coligação. O articulador dessa guinada foi o deputado federal Filipe Barros, ponte de lança de Bolsonaro no Paraná. Ele conhece Beto Richa porque pertenceu à Juventude Peessedebista de Londrina no passado. Em conversas com Richa ele  aplainou o terreno para a entrada em campo de Bolsonaro. Isso aconteceu há dez dias com um telefonema do ex-presidente para o ex-governador. Hoje, ao saber da aliança, alguém também lembrou de uma frase do passado sobre um político que disse que iria deixar a esquerda indignada e a direita perplexa. Na frieza dos cálculos do pré-candidato estão os votos do eleitorado de Bolsonaro na capital paranaense e também no fato de que o candidato apoiado pelo governador Ratinho Junior e o prefeito Rafael Greca, o vice-prefeito e secretário Eduardo Pimentel, segundo foi analisado, teria força avassaladora até para ganhar a prefeitura no primeiro turno. Ainda segundo alguém próximo a Richa, sacramentada a novidade, Pimentel terá do outro lado a frente ampla da esquerda, com Luciano Ducci de aríete, e o que poderia ser considerado um atirador (Beto) que imagina ter um canhão para embolar tudo. Se Beto Richa acertou, independente da avalanche de análises que serão feitas, ele só começará a saber se a pesquisa que deverá sair no domingo já colocá-lo como o candidato de Jair Bolsonaro. Isso é política!