11:00Quem, eu?

da FSP, por Mônica Bergamo

Tarcísio proíbe empresários de lançarem seu nome à Presidência da República

Governador tenta frear movimento de fazê-lo herdeiro do bolsonarismo para evitar atritos com ex-presidente e com Lula

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), avisou a empresários que se algum deles lançar sua candidatura à Presidência da República estará contratando “inimizade” com ele. O mesmo aviso foi dado a apoiadores políticos.

A proibição foi feita depois de Jair Bolsonaro (PL) se tornar inelegível. A intenção do governador é frear o entusiasmo de integrantes do mercado financeiro e do empresariado com a possibilidade de ele ser o sucessor político do ex-presidente, que não poderá disputar eleições até pelo menos 2030.

Na avaliação de interlocutores frequentes do governador, ele sabe que, se tiver o nome lançado para a eleição presidencial de 2026, entrará no foco das duas maiores lideranças políticas do país: Lula (PT), que deve ser candidato à reeleição, e Bolsonaro, que já mostrou com clareza que não pretende entregar o bastão político para ninguém por enquanto.

Para Tarcísio, manter uma boa relação institucional com Lula é crucial: o governo de SP, apesar de todo o poder financeiro, depende da boa vontade do governo federal para viabilizar diversas políticas públicas.

Já Bolsonaro tem o poder de torpedear Tarcísio, dificultando qualquer uma de suas pretensões políticas caso cole nele a imagem de “traidor”.

Em entrevista à coluna, Bolsonaro evitou manifestar qualquer apoio a Tarcísio para a próxima corrida presidencial. “Pode ser. Teria que conversar com ele”, respondeu, quando questionado sobre eventual candidatura do pupilo. Em seguida, afirmou que tem uma “bala de prata” para a sucessão de 2026, mas que ainda não chegou a hora de “revelar” qual seria ela.

Além disso, Tarcísio precisaria esperar para ver como o governo Lula chegará em 2026. Se forte, e bem avaliado, o presidente passa a ser um candidato difícil de vencer _e o governador não teria razão para se jogar numa aventura eleitoral à Presidência, perdendo a chance de se reeleger em SP.

Se Lula chegar fraco ao fim de seu terceiro governo, os cálculos políticos de Tarcísio poderiam então ser refeitos. Mas só o tempo dirá.

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