de Ticiana Vasconcelos Silva
O silêncio
Das coisas inertes
Me comove
Como a neve
Me consome
Por ser fugidia
Por ser uma mania
De se consumir
Pela beleza da luz
E nesta consumação
Eu me detenho
Com o cenho incrédulo
Ao ver partir
Uma gota a reluzir
Em meu horizonte
Que quer banir
A pura realeza
Do frio ante ao sol
Nesta poesia
Longe como o pássaro
A buscar espaço
Eu me desfaço
Da tristeza
Por ser crua
Na matéria
Por ser nua
Como a inércia
Dos passos
Que nunca se darão
E às coisas sem nomes
Eu ensino a lição:
Sou a meia lua
Da ficção
Que cria mistérios
Que sabe a exatidão
Das coisas
Que não se movem
Por serem minha
Única consagração
Coisas inertes… Entretanto movem-se