7:52Pelas cadeiras da Câmara!

Do Analista dos Planaltos

Um folclórico candidato a vereador ficava em uma mesa com bandeiras e cartazes na Boca Maldita pedindo votos e pedia licença educadamente para anotar o nome do eleitor abordado se esse declarasse nele votar.
Claro que muitos, por gentileza, assentiam.
Ao cabo de três meses exaustivos – e na labuta de sol à sol, já tinha acumulado 3 cadernos com 12 mil supostos votos e os nomes cuidadosamente anotados.
Na semana anterior à eleição, reuniu a família e alguns amigos em uma festa e, entusiasmado, comunicou que estava eleito com uma sobra de oito mil votos anotados criteriosamente.
Abertas as urnas, veio a surpresa: conseguiu exatamente três votos – o dele e de dois filhos.
Nem a mulher votou nele.
Não acreditou e passou a dizer que os votos tinham sido roubados pois a só a esposa e os parentes eram mais de cem.
Não na mesma proporção, ou até em maior grau, serão as decepções da grande maioria dos candidatos deste ano.
Os presidentes dos partidos e os candidatos a prefeito de Curitiba estão doando terrenos na Lua para atrair novos candidatos à vereança que os apoiem.
Aliás, um verdadeiro loteamento, pois as vagas prometidas para os pretendentes já superam em mais de três vezes as existentes na Câmara Municipal.
Os mais experientes trataram de entrar no troca-troca das legendas e dos partidos, buscando se garantir.
Seis somam os que estão na legenda de Rafael Greca e quatro na de Ney Leprevost. Por enquanto esses os favoritos nos índices transitórios das legendas e na transferência de votos .
Com Ney estão Beto Moraes, que adotou o sobrenome do padrinho, o deputado Mauro, o veterano Jairo Marcelino, que tentará o nono mandato, e Felipe Braga Côrtes, entre outros. Chapa forte com pouca chance para os novatos.
Essas siglas ficaram congestionadas, podem fazer muitas cadeiras[, quatro ou cinco , mas o número mínimo de votos subiu demais e favorece os atuais vereadores.
No caso de Greca, os da base atual – e que contam com a máquina bem azeitada da prefeitura nas regionais.
No de Ney, os beneficiados pelas políticas  sociais do governo do estado, outra máquina eleitoral.
Na legenda do Delegado Francischini, a esposa, que é policial federal, deve monopolizar o horário eleitoral para puxar os votos bolsonaristas e pode eleger mais um ou dois, a depender dos votos partidários.
O MDB de João Arruda, que é bom de vídeo, terá o terceiro horário televisivo. Se Roberto Requião pedir votos e seu eleitorado tradicional corresponder, pode aumentar um ou dois vereadores na atual bancada de dois – e com votação menos pesada para os candidatos. Só concorrem dois que detêm mandato, a pastora Noêmia e o professor Silberto, e os ex-vereadores Chicarelli e o delegado José Maria Correia, que já foi o mais votado do MDB e é muito conhecido.
No PSB o deputado Luciano Ducci tentará eleger os três atuais, entre eles a mais idosa , Dona Lurdes, e o radialista Colpani. O PDT de Fruet e Goura vai de Tito Zeglin e mais dois também pretendendo três cadeiras.
O PV terá como candidatos mais fortes Paulo Salamuni, outro veterano, e o radialista Roberto Aciolli, que substituirá o filho Cristiano entre outros.
A lista é extensa. O PT quer reeleger a vereadora Josete, que disputará a vaga com o sempre candidato Angelo Vanhoni, que já disputou tudo e nunca ganhou uma majoritária. Os petistas tem seu eleitorado cativo. Pode fazer uma ou duas cadeiras.
O Podemos de Álvaro Dias vai lançar para a prefeitura a desconhecida Carol Arns, filha do senador Flávio Arns, e pretende reeleger o vereador Bobato, que de bobo não tem nada, e Bruno Pessuti, filho do Pessutão, que deixou o PSD, onde a legenda ficou inchada .
Os atuais vereadores se dividiram estrategicamente por dezenove partidos buscando o rateio dos votos e o cálculo favorável de cada legenda, já que não haverá coligação nesta eleição.
Querem fugir da degola que tradicionalmente renova quase metade dos vereadores a cada quatro anos.
Dos atuais 38, uns doze correm o risco de não retornar .
Isso sem contar que ainda não se sabe quem irá arcar com o desgaste político inevitável da Pandemia do Coronavírus a quebradeira no comércio, o desemprego e a pressão sobre o sistema de saúde pública.
Tudo a ser conferido quando outubro chegar, ou em outra data, se houver o adiamento das eleições.

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2 ideias sobre “Pelas cadeiras da Câmara!

  1. Carla

    Esse negócio de político com maridos e mulheres, filhos, na política nao esta certo. Mauro Moraes, Francisquini, Arns, Pessuti.
    Nunca se renova a política assim .

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