Do Analista dos Planaltos
A pandemia atingiu em cheio o noticiário político, que ficou debilitado e desidratado, em graça mesmo. A pauta nacional é repetitiva: Bolsonaro X Mandetta, o ministro fica ou não fica, sai ou não sai. A estadual está zerada. A de Curitiba, irrelevante, se resume se ao tal documento do PSD garantindo a candidatura de Ney Leprevost para a prefeitura terá validade mesmo, é transitório ou apenas para inglês ver, para acalmar os ânimos e facilitar a presença de Eduardo Pimentel no partido. Já há quem chame a manobra de Operação Cavalo de Troia.
Um experiente ex-deputado, velha raposa que, em tempos normais, é presença constante na feirinha de domingo da Praça 29 de Março, lembrou da candidatura de Orlando Pessuti ao governo do estado em 2010. Estava exercendo o cargo de governador, tinha a caneta cheia e apoio da maioria absoluta dos convencionais e com as assinaturas firmadas. Muitos votantes estavam nomeados em cargos em comissão. Certos da candidatura própria, a turma do palácio organizou e realizou a maior e mais convenção da história do MDB. Uma grande festa em centro de convenções, para onde o Pessutão foi para ser aclamado pela multidão com faixas e bandas.
Entretanto, todos foram surpreendidos na última hora com uma pequena reunião de bastidores de alguns cardeais da cúpula do partido. Com uma resolução delegando poderes para a executiva estadual decidir pela convenção, deram uma banana para os convencionais e delegados – e alijaram o Pessuti da disputa. Levaram o MDB para apoiar Osmar Dias do PDT ao governo . O MDB ficou apenas com a vaga de vice e perdeu a eleição.
Qualquer semelhança com a situação de hoje do PSD não será mera coincidência. Resta ver quem ganhará a queda de braço, que é negada pelos apoiadores de Eduardo Pimentel, que quer ser o vice de Greca do DEM – mas todos sabem que existe.
Cantou a bola e a caçapa
Ney da sabe que a vaca foi pro brejo. Vai valorizar o passe pra, quem sabe, ganhar uma Copel