18:35Coração selvagem

de Ticiana Vasconcelos Silva

Coração selvagem que se rebela
Que sangra, que espanta a dor
Que se sentiu traído, diminuído
Meias palavras, meias intenções
Meios segredos, meias ações
Ludibriado, lubrifica-se com a justiça
A espada ergue-se para impor o direito
À defesa de quem não saiu ileso
Da inesperada surpresa do desamor
Máscaras de ardil roubam a serenidade
Nada mais do que a verdade vista como uma brincadeira
Do jogo entre a vida e a morte
Aos defensores das palavras, sempre sagradas
A sorte
De não cair no engano do espanto com a nudez
Corpos que se despem, almas que crescem
Somos convictos da luz que banha a impetuosidade
De ser a vida em sua face mais clara
Pois a natureza nos realizou
Somos o norte, o que nos faz fortes
Porque um corpo seguiu a direção
Contrária aos ventos e sem lamentos
De um rebento que clama por oração
Meditação sem rumo, lágrimas sem destino
E o grito do beijo que se calou
Quem dirá da morte que cobriu com um véu
A fealdade de um lago raso
A lua nos pede a beleza
E saímos com a certeza
De que o dia se desarmou
E amou o mistério do pretérito
Do infinito e do perdedor

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