A fusão dos ministérios da Agricultura com o do Meio Ambiente faz lembrar aquele filme em que o comediante Woody Allen é réu e ao mesmo tempo advogado dele mesmo. Ele faz a pergunta, corre, senta na cadeira dos que estão sendo ouvidos, e responde. Como o futuro ministro da pasta do governo federal deverá ser ruralista, dá para imaginar ele perguntando para si mesmo se é possível liberar o desmatamento de metade do que resta da floresta amazônica para o plantio e criação de gado. A resposta sai da boca da parte ambientalista: “Positivo, operante! Vai sobrar ainda muita coisa”
Não vai dar certo. O ministério da motosserra e o da semente, juntos. O primeiro quer desmatar como justificativa para aumento da produção. O segundo sabe que não é preciso cortar um único talo de bambu. Basta uma tarefa decidida e firme de recuperação de milhares de hectares de áreas degradadas. Pelo primeiro. É mais fácil derrubar que sanear.