TROQUEM O JABUTI
Quarenta e oito magistrados aposentados compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça, o CNJ, custam R$ 16 mi anuais ao orçamento. A aposentadoria compulsória é a maior punição que a Lei Orgânica da Magistratura fixa para os juízes apanhados em crimes ou faltas funcionais. Qualquer outro funcionário – e juízes, ainda que vejam desdouro na comparação, são funcionários – perde o cargo, não recebe aposentadoria e ainda responde processo criminal. Culpa do CNJ?
Em parte. Poderia ter já mandado proposta de mudança da LOMAN ao Congresso, mas insiste em ver nessa aposentadoria aspecto da garantia de independência da magistratura. Também é culpa do Congresso, que já podia ter mudado a lei. Mesmo agora, com o cerco da Lava Jato e da opinião pública, deputados e senadores não tocam na questão da aposentadoria. Ficam na superfície do abuso de poder de magistrados e promotores, que enfiaram como jabuti no projeto de lei contra a corrupção.
A MAIOR BESTEIRA
Lula esteve em Cuba, Dilma a tiracolo, a prantear Fidel Castro. Quórum inexpressivo na primeira fila do pódio: Dilma – patética, sacudindo flâmula de Cuba -, Lula, Raúl Castro e Nicolás Maduro. Lula como sempre disse bobagem: “Fidel foi o maior homem do século XX”. O mínimo piedoso que se poderia dizer de Lula é que ele não sabe que um século são cem anos. Nos cem anos do século XX tivemos Freud, Einstein, Albert Schweitzer, Winston Churchill, Albert Sabin, Jonas Salk, para citar de memória.
Se Fidel foi o maior, na hipótese de algum raro intelectual do PT ter-lhe soprado ao ouvido, Lula foi injusto com outras figuras, de igual estatura, influência e que exerceram o poder com as mesmas consequências de Fidel – e o influenciaram: Mao Tse Tung, Stálin, Hitler e Goebbels (pela metodologia política), Kim Il Sung, ainda a citar de memória.
O máximo piedoso a dizer é que Lula é um ignorantão. E dos piores, que não aproveitou os anos de poder no sindicato, no partido e no governo para aprender algo de História, ainda que soprada pelos cumpanheros. Isso de “o maior” é uma estupidez. Não existe ‘o maior’ de nada; existe o mais falado, o mais famoso, o de melhor propaganda. ‘O maior’ é exaltação do absoluto, erro lógico e factual. Fidel só foi o maior para Lula, ao criar as condições para Lula ganhar dinheiro com a Odebrecht na ilha.
(Rogério Distéfano)