18:06Vício

Do Chef Pão com Vina

Mulher jovem, com idade bem menor do que aparentava, caminhava apressadamente pela rua Saldanha Marinho em direção à Catedral Metropolitana. A mão esquerda estava com o punho fortemente cerrado como que segurando uma valiosa pedra de diamante. Na mão direita levava um isqueiro e um cano de alumínio de uns 17 centímetros com diâmetro de, talvez, um centímetro e meio. Estranhamente enfiava o cano no buraco de toda tampa de metal que encontrava. Tampa da Sanepar, da Copel, do telefone, da antiga CFLP. Fazia tudo com rapidez embalada por uma frenética atividade. Não era a salutar atividade dos bem treinados atletas e nem de competentes trabalhadores. Eram dez horas de uma manhã de sábado. Finalmente encontrou um buraco compatível com o diâmetro do cano que levava. Enfiou uns três centímetros, forçou e formou um L. Seguiu em frente mais apressada – e abrindo a mão esquerda para acomodar a preciosa pedra no improvisado cachimbo.

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