Do analista dos Planaltos
Nunca antes na história deste país tivemos tantas pesquisas em uma eleição. Coisa capaz de entediar até mesmo o mais fanático apreciador desse sistema de predição do futuro. Na reta final, elas vieram em dupla (Ibope e Datafolha), acompanhadas de desdobramentos tais como margens de erro e “cenários” e animações.
Ontem na RPC TV segunda edição e Jornal Nacional, tivemos pesquisas duplicadas sobre o Paraná, sobre a corrida presidencial e mais meia dúzia de estados , sempre acompanhadas por múltiplos cenários, votos com brancos e indecisos e votos válidos. O eleitor teve despejado sobre sua cabeça uma massa de números capaz de confundir um estatístico.
É melhor informação demais do que de menos. Mas seria necessário repetir a cascata sobre o tal “intervalo de confiança de 95%”? Intervalo de confiança, segundo a fórmula recitada pelos apresentadores de televisão, seria a garantia que, se todos os questionários fossem repetidos, em 95% eles seriam idênticos aos divulgados…
Mas se tudo isso for pouco, o eleitor ainda pode lançar mão dos ‘mapas astrais’ dos três principais candidatos a Presidência (Dilma, Aécio, Marina), disponível na Folha de S. Paulo. Os prognósticos, como convém a essa milenar forma de clarividência, são ambíguos e dão aos seus autores um enorme ‘intervalo de confiança’.