Durante três décadas o senhor Abib Miguel, o Bibinho, reinou absoluto como diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná. Ao ser flagrado, preso e, agora, condenado pela Justiça, boa parte da legião dos que conviveram com ele em todos os sentidos lhe virou as costas, saiu assoviando disfarçadamente e, se bobear, agora até declara que está na hora de o país começar a tirar de circulação estes elementos que não respeitam o dinheiro do povo. Isso é política!
Nas três décadas em que Abib Miguel implantou na ALEP um sistema de dominação pessoal sobre a estrutura administrativa da Casa, que segundo as apurações feitas pelo Ministério Público lhe rendeu cerca de 200 milhões, ele esteve isento de prestar contas a quem que seja? Nesse período não houve mesa diretora? Presidente? Secretário-geral? Ou, no mínimo, um controle contábil que arranhasse a seriedade com o dinheiro público?
E os funcionários de carreira, estatutários, da Assembleia, estavam lá e não viram nada? Os comissionados, ocupantes de cargos de confiança, passam, mas os concursados ficam, têm a obrigação de estarem alertas e não se omitirem!
E a teoria do domínio do fato?
Não vale mais? Só valeu para o Zé Dirceu?
Pois é, para o ladrão do seu Zé a Doutrina do Domínio do Fato valeu, e por quê para o seu Bibinho, não? Do que tem medo o MP?