por JamurJr
Marluce acorda depois do meio dia, sempre de mau humor. Passa a noite perambulando pelo salão do prostíbulo de Dona Margô, num bairro pobre de Curitiba.
– Conte um pouco de sua história – pede um cliente assíduo e com cara de enamorado da pequena e franzina prostituta.
– Não tenho uma boa história pra te contar.
– Conte, mesmo que não seja boa. Como você veio parar na putaria?
– Não gosto de falar disso.
– Devia falar, isso faz bem para a alma.
– Meu pai me flagrou nuns amassos e um pouco mais dentro do carro de meu namorado. Puxou meu cabelo, xingou muito e disse que a partir daquele dia não me considerava filha – e sim uma puta. Foi aí que, sem outra opção, me tornei puta.