9:22JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico:

 

Dilma Rousseff reúne hoje os 39 ministros para analisar a coisa que tá feia. Lá pelas tantas, vai dizer que o grande problema é que não cabe todo mundo no avião.

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3 ideias sobre “JORNAL DO CÍNICO

  1. Débora Fajardo

    O dia em que o povo derrubou a pauta

    Assistimos, nesses dias, algo provavelmente não imaginado por cientistas sociais, psicólogos ou comunicadores. O ‘país do futebol’, em plena Copa das Confederações, decidiu se ocupar de outra coisa. O povo saiu às ruas para repudiar a corrupção e o aumento nas passagens do transporte urbano, reivindicar escolas de qualidade e serviços de saúde competentes e, também, protestar contra o gasto de dinheiro público nas obras para a Copa do Mundo, a ser realizada no país no próximo ano.
    Por mais que alguns tentem escamotear – principalmente a emissora que apostou todas as fichas no futebol -, os gastos com a Copa perpassam nas manifestações das capitais e do interior (estas ignoradas pelos grandes conglomerados da notícia). Mesmo depois de baixarem as tarifas, as marchas continuam. E os âncoras dos telejornais, deslocados para as sedes dos jogos, voltaram acabrunhados às suas bancadas. A Copa das Confederações não era mais a manchete do dia; o povo era a bola da vez.
    Nas primeiras décadas do terceiro milênio fica evidente que a velha fórmula romana “pão e circo” não tem a mesma eficácia. É preciso mais pão, com todas as implicações que essa expressão evoca. Não cola mais o discurso raso da “pátria de chuteiras”, e as pessoas preferiram calçar o tênis e marchar em prol dos seus direitos básicos. O hino nacional foi cantado com vigor nas escadas do metrô, nas avenidas, na ponte estaiada. Mostrava-se ao mundo a bravura tupiniquim de “um povo que não foge à luta”.
    Esta não foi, como alguns querem fazer crer, a marcha da juventude – como a dos “cara pintadas”, há vinte anos, que ajudou a derrubar Fernando Collor. Nela estavam o analista de sistema e o frentista, a dona de casa e a estudante, em idades variadas, mas sonhando o mesmo sonho, o de um país melhor. Com camisas brancas, flores nas mãos e passos firmes nos brindaram com uma imagem não vista nas melhores celebrações futebolísticas. As tomadas aéreas mostraram a massa humana caminhando resoluta e pacificamente. Coisa bonita de ver!
    Cidadania tem preço. O preço de ter consciência e pesar valores. O preço de vencer o cansaço e caminhar quilômetros para mostrar aos políticos – governantes e oposição – o que é relevante para o cidadão comum. O preço de reconhecer que é melhor ter uma vida digna do que ganhar a Copa do Mundo.
    Nem mesmo o vandalismo promovido por grupos minoritários infiltrados pode embaçar a pujança do que o Brasil mostrou ao mundo nestes dias. A insistência da maioria para que o movimento ocorresse de forma pacífica; a dispensa de políticos, de partidos e até da UNE (União Nacional dos Estudantes), que certamente ostentariam suas bandeiras com segundas, terceiras e quintas intenções; a polícia caminhando lado a lado com os organizadores, definindo trajetos. Mas o ponto alto foi ver cidadãos limpando prédios e monumentos que vândalos haviam pichado, recolhendo grades que haviam sido arremessadas, levantando as mãos pedindo calma. Lições não vistas nem nas recentes manifestações europeias.
    A marcha ecoou e brasileiros em outras nações se juntaram ao coro. Até a presidenta, que já experimentou o peso do arbítrio e da intolerância, veio saudar o movimento, desde que seja ordeiro. Os cartazes improvisados, produção caseira, exibiam frases de dar inveja a muito marqueteiro, tal a criatividade. Mas uma, a nosso ver, se destaca das demais: SELEÇÃO É O POVO BRASILEIRO!
    Débora Fajardo

  2. Mr.Scrooge

    Dilma e os 39 deputados, ou seja, são 40 à mesa. Agora descobri porque a nossa governanta ainda não criou o ministério de numero 40. As conclusões deixo a critério de quem quiser.

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