18:59Jornal da guerra contra os taedos

de Manoel Carlos Karam

Nós e os taedos tivemos uma parceria durante a guerra. Criamos uma bolsa de valores para operar somente ações da indústria bélica. Nenhum general, nosso ou deles, dava qualquer ordem sem antes  consultar o andamento dos negócios. A sede da bolsa, com um dramático pregão para respeitar o figurino, ficava exatamente sobre a fronteira, com uma entrada para cada lado. Caíram algumas bombas lá, mas nunca o pregão foi interrompido por mais de uns minutos. Por ser possível localizar a origem
industrial das bombas, aquilo significava ações em alta. Grandes negócios no pregão eram comemorados com tiros para o alto. Eventualmente, algum negócio fechado com tiros para baixo ou na direção de algum obstáculo ao negócio, mas só eventualmente. Depois da guerra, o prédio da bolsa foi transformado em – nem te conto.

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