de Ticiana Vasconcelos Silva
O grande está no pequeno
Por isso, não buscais
Sejais
A flor que amanhece na gota de orvalho
O canto que cobre os velhos telhados
O sangue que escorre da veia talhada
A erva que sorve seu pranto molhado
O grito escondido nos lábios calados
A nuvem que cobre a vida no sábado
A dor que emana do elo perdido
A vida que espera a espera da vida
O olhar que não sabe a palavra perdida
O dia que nasce da noite luzida
A sombra que move o sol refletido
A língua que morde o veneno sofrido
O nada que corre nos sons do sentido
O vôo da esperança que se lança ao abismo
A sede que mata a dor do oprimido
O ganho que perde a perda do equilibrio
A vaga do mar no sorriso vivido
A bruma de cores no vento partido
Que parte do voo da folha caída
A vida que é na medida da vida.