de Zeca Corrêa Leite
Agora, que posso dizer do agora?
Trago comigo esta falta de palavras,
confusão de sentimentos,
profundo sono,
ausência de pensamentos,
fotografias perdidas
nos meus compartimentos.
Quer de mim que confissão?
Se trago comigo silêncios,
precoce envelhecimento,
águas filtradas que não bebi,
sombras dos arvoredos em repouso.
Busca em mim meu olhar?
De nada servirá a busca,
versos perdidos de um poema,
entristecido beijo que,
de tão apaixonado,
ainda hoje perdura inútil
nos meus lábios.