16:47PARA NUNCA ESQUECER

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Aldir Blanc

Brasileiro cidadão do mundo sem sair do boteco pé-sujo onde toma para aguentar o tranco. Poeta da ninguenzada que não sabe exprimir a dor, qualquer uma delas, e daquele que encontrou na luz da boate o som do bolero da vida. Saravá e saraivadas de bala. Sobe o morro, aponta o leque, carrega a revolta dos desvalidos, enfia o dedo na ferida da escória perfumada e ladra, canta, dança, fuma, vê o bandaid, escreve com suor e nos faz entrar no sumidouro do espelho no catavento que nos escancara a vida como ela é. Aldir com João. Aldir com Guinga. Aldir com Chico. Aldir com todos nós sempre ecoando o ronco da cuíca e barbarizando qualquer tipo de milico grotesco com a ironia saída da boca da bunduda de Irajá. É subúrbio e campo ao mesmo tempo. É energia a pulsar e a rasgar como o conhaque que desce a seco enquanto o sol fere os olhos numa tarde qualquer. Retrata tudo por dentro e por fora e na língua dos sábios, a mais simples, com a sonoridade do palavrão que tanto adoramos. Salve menino que era garotinho e vivia adulto sozinho. Obrigado por nunca ter ido aonde ia, por andar em má companhia e entrar no livro que lia e fugia.

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